Rui Moreira defendeu, esta sexta-feira à noite, que "as eleições não se ganham a três meses, mas no dia" da votação e que tinha de ter "a maré alta agora". O candidato independente apelou contra a abstenção, acreditando que vai ganhar a Câmara do Porto se houver uma grande participação nas urnas.
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Começar devagar foi a estratégia adotada pela sua candidatura, explicou Rui Moreira, à entrada para o jantar de encerramento, numa tenda montada em plena Praça D. João I.
"Isto tinha que ser como as marés, sou marinheiro, sei como isto funciona. Tinhamos de ter a maré alta agora, não era ter a maré alta em julho", declarou. Ainda no registo de marinheiro, assegurou, depois, que "a cidade não vai ficar afogada em dívidas" se ele for presidente, também numa indireta ao adversário Luís Filipe Menezes, a quem, de manhã, atribuiu um projeto que "contempla perigos" para o Porto.
O último dia da campanha de Rui Moreira ficou, de resto, marcado por um apelo para que cada apoiante leve cinco amigos para votar "e que esses cinco peçam a outros cinco" para não faltar no dia das eleições.
"Não cantar vitória antes do tempo"
"Para já o importante é votarem", defendeu o candidato independente, para quem "a abstenção é um dos grandes inimigos da democracia", mas "os partidos só se lembram dela na noite das eleições". E, "desta vez, vão se lembrar da baixa abstenção por boas razões", assegurou, embora pedindo "tranquilidade" aos apoiantes perante os resultados animadores das sondagens.
"Vou apelar a todos para votarem, para não esquecerem de falar aos seus amigos, aos seus familiares, e para passarem estas horas com alegria e tranquilidade, e não cantarem vitória antes do tempo", resumiu, por isso, Rui Moreira, esperando ainda "um comportamento adequado durante o período de reflexão".
Mas tranquilidade não significa que os apoiantes não tenham entusiasmo, referiu ainda aos jornalistas. Isto "porque a cidade vai iniciar um novo ciclo connosco se, como espero, os cidadãos do Porto nos derem o seu voto", explicou Moreira.
À entrada para o jantar, que teve como prato principal as tripas à moda do Porto, feitas segundo a receita do chefe Hélio Loureiro, e para o qual estavam inscritas cerca de 500 pessoas, Rui Moreira insistiu, também, na ideia de que "os partidos podem aprender com estas eleições". E "mudar de rumo" para "responder melhor aos anseios dos cidadãos". Ou seja, que as eleições sejam "um aviso aos partidos" para que voltem a ser como foram "a seguir ao 25 de Abril".