Pedro Silva Pereira exigiu a Passos Coelho que diga que alterações vai fazer no seu programa na área da Educação. "Temos o direito de saber o que estava errado, se é que alguma coisa estava certa", disse, esta terça-feira à noite, em Vila Real.
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Durante o comício, ao ar livre, que encerrou o dia mais bem conseguido da campanha do PS, o ministro da Presidência e cabeça-de-lista do PS por Vila Real denunciou uma "sucessão de apagões" da campanha do partido liderado por Pedro Passos Coelho, seu adversário naquele círculo eleitoral.
"Primeiro quiseram apagar a crise económica, depois a crise política, houve ainda o apagão da revisão constitucional - ninguém o tem ouvido -, o apagão do aumento dos impostos e o mais extraordinário de todos: o apagão da Educação", afirmou, referindo-se a declarações recentes de Passos Coelho em que admitia que iria apresentar algumas alterações no seu programa.
"Onde estão? Temos o direito de saber o que estava errado, se é que alguma coisa estava certa no programa do PSD para a Educação", ironizou o socialista, provocando risos nas centenas de pessoas que o ouviam.
Pedro Silva Pereira citou, ainda, o lema do Regimento de Infantaria de Vila Real - "Nem um passo à retaguarda" - para incitar José Sócrates a aguentar firme e avançar.
Diálogo e entendimento
José Sócrates, que tinha ouvido Silva Pereira elencar exaustivamente a obra feita na região - utilizando repetidamente a frase "Foi ele (Sócrates) e não outro político qualquer" - afiançou a quem o ouvia que quem vai ganhar as eleições é o PS. "Julgaram que era fácil, fizeram umas contas e olharam para as sondagens da altura. Mas quando um partido se esquece do povo, o povo não se esquece desse partido no momento de votar", afirmou.
E o povo respondeu, gritando "Sócrates, amigo, o povo está contigo".
Depois o líder socialista repetiu as críticas às propostas do PSD, na saúde, educação, trabalho. E reafirmou que, numa altura de crise como a que vivemos, "os partidos devem estar disponíveis para o diálogo e o entendimento".