Abdel Fattah-Younes, chefe militar dos rebeldes líbios, morreu, esta noite em condições ainda desconhecidas, disse o líder do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafa Abdel Jalil.
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O chefe da operação que matou Younes - e dois dos seus mais próximos colaboradores - foi preso, indicou Mustafa Abdel Jalil.
Quinta-feira à noite, depois de conhecida a morte de Abdel Fattah-Younes, três potentes explosões foram sentidas em Tripoli, as duas primeiras pelas 22.20 horas (21.20 horas em Portugal Continental) e uma terceira poucos momentos depois.
Younes, ex-ministro do Interior de Muammar Kadafi, havia desertado para o lado dos rebeldes em Fevereiro.
Por outro lado, Portugal tornou-se, ontem, quinta-feira, o 14.º país da União Europeia a reconhecer o CNT como autoridade legítima da Líbia , que também já fora reconhecido por outros Estados, entre os quais 21 países da União Africana, Canadá, Turquia e Estados Unidos.
O CNT, composto por 31 membros, foi criado por rebeldes opositores ao regime de Kadhafi na cidade de Benghazi, leste da Líbia , a 27 de Fevereiro deste ano com o objectivo de agir como "face política da revolução".
A 5 de março, o CNT declarou incluir "os únicos representantes de toda a Líbia ".
Abdel Fattah-Younes foi morto antes de ser interrogado pelas autoridades daquele movimento, segundo disse Mustafa Abdel Jalil, numa declaração aos jornalistas, sem adiantar detalhes.
Evidenciando sinais de ruptura no movimento, os rebeldes disseram que tinham detido o comandante Abdel-Fattah Younis, horas antes da sua morte, por suspeita de ligações da sua família ao regime de Muammar Khadafi, o que deixa em aberto a possibilidade deste ter sido morto pelas próprias forças rebeldes.
O cenário demonstra a divisão no movimento rebelde, face aos insucessos no campo de batalha, apesar de quase quatro meses de ataques aéreos pela NATO contra as forças de Khadafi.
O incidente poderia ainda abalar a confiança dos Estados Unidos, Reino Unido e outras nações que reconheceram o concelho rebelde -- incluindo Portugal -- como o governo legítimo da Líbia.
Ao anunciar a morte de Younes numa conferência de imprensa, Mustafa Abdul-Jalil referiu-se ao antigo comandante como "um dos heróis da revolução de 17 de Fevereiro", em alusão ao início dos protestos contra o regime de Khadafi.
Mustafa Abdul-Jalil disse, ainda, que dois coronéis auxiliares do comandante foram também mortos no ataque perpetrado por homens armados, e que os rebeldes prenderam os cabecilhas responsáveis pelo ataque. No entanto, não esclareceu o que terá motivado as mortes.
As forças rebeldes têm, contudo, visões diferentes do militar morto, com alguns a elogiarem a sua acção e outros a criticarem a sua longa associação a Khadafi.
Younes tinha sido ministro do Interior de Khadafi, tendo desertado para o movimento rebelde em Fevereiro.