Após o colapso da coligação tripartida do chanceler Olaf Scholz, a Alemanha foi este domingo a votos para eleições legislativas antecipadas. Acompanhe ao minuto os principais desenvolvimentos do ato eleitoral.
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Líderes conservadores europeus, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, felicitaram, este domingo, o candidato democrata-cristão, Friedrich Merz, pela vitória nas eleições federais alemãs.
O bloco conservador liderado por Friedrich Merz venceu as eleições legislativas alemãs com 28,4% dos votos, após uma contagem preliminar de 284 dos 299 distritos eleitorais, e a Alternativa para a Alemanha (AfD) consagrou-se a segunda força com 20,9%.
O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, terá obtido nas eleições de domingo cerca de 16,4%, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram cerca de 11,6% dos votos. A Esquerda (Die Linke) terá alcançado cerca de 8,8%, acima dos 4,9% de 2012.
O líder conservador, Friedrich Merz, precisará de parceiros para formar governo.
Alice Weidel, líder da AfD, insistiu no domingo à noite que está disponível para negociações, mas o candidato da CDU reiterou que rejeita coligações com a extrema-direita, mantendo o 'cordão sanitário' contra a extrema-direita.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, felicitou o líder do partido alemão União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, pela sua vitória nas eleições legislativas e sublinhou estar “mais determinado do que nunca a fazer grandes coisas” com o novo executivo. “Acabo de falar com Friedrich Merz para o felicitar pela sua vitória. Estamos mais determinados do que nunca a fazer grandes coisas em conjunto”, acrescentou o chefe de Estado francês, que se encontra em viagem até Washington, onde deverá reunir-se com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, na segunda-feira para discutir, entre outras matérias, a segurança da Ucrânia e da Europa.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, felicitou hoje os conservadores alemães após a vitória da União Democrata-Cristã (CDU), de Friedrich Merz, nas eleições legislativas na Alemanha, frisando querer trabalhar para reforçar a segurança dos dois países. “Estou ansioso por trabalhar com o novo governo para aprofundar a nossa já forte relação, fortalecer a nossa segurança comum e garantir o crescimento económico para ambos os nossos países”, escreveu o líder trabalhista na rede social X.
Em linha com o que todas as sondagens anunciavam, os democratas-cristãos do bloco conservador CDU/CSU venceram as eleições gerais deste domingo na Alemanha, com 28,8% dos votos, o que coloca o líder e estreante Friedrich Merz, de 69 anos, no caminho para o cargo de chanceler. O escrutínio que redefine a composição do Bundestag (Parlamento alemão) fica marcado pela subida estrondosa da extrema-direita, com a Alternativa para a Alemanha (AfD) a posicionar-se em segundo lugar, com 20,8%, duplicando o resultado alcançado há quatro anos. Já o Partido Social-Democrata (SPD), do ainda chanceler Olaf Scholz, teve o seu pior resultado desde a Segunda Grande Guerra, com 16,5% dos votos. Enquanto os Verdes ficaram pelos 11,3%, o partido de extrema-esquerda Die Linke congregou 8,8% dos votos, não estando ainda todos os círculos eleitorais apurados.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, felicitou, este domingo, os conservadores alemães pela vitória nas eleições legislativas, acrescentando estar “ansioso por continuar a trabalhar para a paz e para reforçar a Europa”, que deve ser “capaz de se defender”.
“Estamos ansiosos por continuar a trabalhar em conjunto com a Alemanha para proteger vidas, para nos aproximarmos de uma verdadeira paz na Ucrânia e para reforçar a Europa”, escreveu Zelensky na rede social X.
“A Europa deve ser capaz de se defender, desenvolver as suas indústrias” e alcançar ‘sucessos que trarão uma unidade ainda maior à Europa’, acrescentou.
Líderes da extrema-direita europeia, incluindo o presidente do Chega, André Ventura, felicitaram, este domingo, a Alternativa para a Alemanha (AfD), que alcançou o segundo lugar nas eleições federais alemãs, quase duplicando os votos para 20%.
A participação em eleições federais na Alemanha subiu hoje para entre 83% e 84%, de acordo com as previsões das emissoras públicas ZDF e ARD, o número mais alto desde a reunificação do país, em 1990.
Nas eleições legislativas de 2021, a taxa de participação foi de 76,4 %, pelo que desta vez, segundo as projeções, terá sido superada em 6,6 ou 7,6 pontos.
De acordo com o canal NTV, a taxa de participação só foi mais elevada em 1987, com 83,4%. Após a reunificação, a taxa de participação mais elevada registou-se em 1998, com 82,2%.
O facto de a afluência às urnas estar a caminho de um recorde já era evidente quando a Comissão Eleitoral Central da Alemanha anunciou uma afluência de 52% às 14:00 locais (menos uma hora em Lisboa), quando em 2021 este valor rondava os 36,5% à mesma hora.
Cerca de 59,2 milhões de alemães foram hoje chamados às urnas para eleger os 630 deputados do Bundestag (câmara baixa do parlamento).
O chefe da diplomacia de Israel, Gideon Saar, felicitou o líder dos conservadores da CDU na Alemanha pela vitória nas eleições legislativas, considerando que Friedrich Merz "fortalecerá e aprofundará" as relações entre ambos os países. Aguardamos com interesse a sua primeira visita a Jerusalém como chanceler", afirmou o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, na rede social X, classificando Merz como "amigo de Israel".
O líder do Partido Democrático Livre alemão, Christian Lindner, anunciou que vai retirar-se da vida política ativa, quando os liberais deverão falhar a reeleição para o parlamento nas eleições federais antecipadas realizadas hoje.
“A eleição federal trouxe uma derrota para o FDP, mas, esperançosamente, um novo começo para a Alemanha. Foi por isso que lutei”, declarou Lindner na rede social X. “Agora vou retirar-me da política ativa. Com apenas um sentimento: gratidão por quase 25 anos intensos, desafiadores e cheios de projetos e debate”, referiu ainda.
Quando estão apurados 182 dos 299 círculos eleitorais alemãs, cerca das 23.20 horas locais (menos uma hora em Portugal continental), o FPD tem 4,4% dos votos, abaixo do limiar dos 5% para entrar no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão), e zero mandatos atribuídos.
Numa declaração anterior, Lindner tinha reconhecido a derrota do seu partido.
“É uma derrota para os Liberais Democratas, mas não é uma derrota para o liberalismo político”, afirmou Lindner, antigo ministro das Finanças que se incompatibilizou com o antigo chanceler, Olaf Scholz, e cuja demissão em novembro levou à dissolução da coligação governamental, antecipando as eleições legislativas em cerca de sete meses. “A partir de amanhã [segunda-feira], voltaremos a erguer a bandeira dos Liberais Democratas, seja ela qual for”, sublinhou Lindner, acrescentando que “os Liberais Democratas fazem parte desta república, porque o liberalismo político faz parte desta república”.
O antigo ministro agradeceu também aos voluntários do partido e garantiu-lhes que não foram responsáveis pelo resultado. “Não fomos capazes de demonstrar os êxitos que tivemos na coligação” entre os sociais-democratas, os verdes e os liberais, “nem as razões do seu fracasso”, disse, referindo-se à dissolução do governo, formado por uma coligação tripartida, em novembro passado, provocada pela sua demissão como ministro das Finanças e pela saída de dois dos outros três ministros liberais.
A Federação das Indústrias Alemãs (BDI) reclamou um processo rápido na formação de um governo de coligação na sequência das eleições legislativas na Alemanha, sublinhando a urgência de reformas para reanimar a principal economia da Europa.
“A economia alemã precisa urgentemente de um governo estável e funcional, com uma maioria clara no centro democrático”, afirmou hoje à noite o presidente da BDI, Peter Leibinger, numa altura em que ainda não há resultados oficiais das eleições, ganhas pelos conservadores da CDU, que terão no entanto de encontrar um ou mais parceiros de coligação para formar governo.
Apontando que é necessário “sair rapidamente do impasse em questões-chave”, como a redução da burocracia, investimento público, energia e segurança, Leibinger advertiu que, “quanto mais tempo a incerteza persistir, maior será a relutância das empresas e dos consumidores em investir, enfraquecendo assim o país”.
O presidente da principal organização judaica da Alemanha, Josef Schuster, manifestou-se chocado com o aumento de votos para o partido de extrema-direita e anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), nas eleições federais antecipadas realizadas hoje.
“Deve preocupar-nos a todos que um quinto dos eleitores alemães esteja a dar o seu voto a um partido que é, pelo menos em parte, de extrema-direita, que procura abertamente ligações linguísticas e ideológicas com o radicalismo de direita e o neonazismo, que joga com os medos das pessoas e só lhes oferece soluções ostensivas”, disse o presidente do Conselho Central dos Judeus, Josef Schuster, ao jornal alemão Die Welt.
Durante a campanha eleitoral, esta organização denunciou o aumento dos ataques antissemitas na Alemanha, principalmente após o início do conflito em Gaza. Durante a campanha eleitoral, o Conselho Geral dos Judeus apelou aos partidos para que defendam a vida judaica.
“É claro que estamos particularmente preocupados com o crescente antissemitismo desde 7 de outubro de 2023 e com a proteção da vida judaica na Alemanha. O antissemitismo de direita, de esquerda e muçulmano tornou-se um fenómeno quotidiano para muitos de nós”, advertiu Josef Schuster, numa carta enviada aos membros das comunidades a propósito das eleições federais.
Na mensagem, o presidente do Conselho Central dos Judeus apelava ao voto, principalmente dos jovens – “a democracia prospera no debate” -, enquanto adverte contra o crescimento dos extremismos.
“Uma coisa não deve ser esquecida: no geral, as forças extremistas na Alemanha ganharam popularidade e influência nos últimos anos. Há partidos que usam o discurso social para espalhar ideias racistas, antissemitas ou anti-Israel”, lê-se na mensagem.
Schuster afirma ainda que “antissemitas da área extremista de direita e inimigos radicais de Israel e da Ucrânia do espetro de esquerda encontram um lar na AfD [Alternativa para a Alemanha] e na BSW [Aliança Sahra Wagenknecht]”.
Estes partidos “rejeitam o discurso democrático e usam métodos populistas, exploram os medos e preocupações das pessoas e oferecem soluções supostamente simples para problemas complexos”, acrescenta. No entanto, alerta Josef Schuster, “não são soluções reais”.
O candidato do Partido Liberal alemão (FDP), Christian Lindner, reconheceu hoje a derrota do seu partido, que poderá perder a sua representação no parlamento caso não atinja os 5% necessários para obter um lugar no parlamento.
“É uma derrota para os Liberais Democratas, mas não é uma derrota para o liberalismo político”, afirmou Lindner, antigo ministro das Finanças que se incompatibilizou com o antigo chanceler, Olaf Scholz, e cuja demissão em novembro levou à dissolução da coligação governamental.
O líder liberal adiantou ainda que será necessário “manter a calma” ao longo da noite eleitoral, uma vez que os resultados das eleições poderam ser analisados e discutidos no dia seguinte.
“A partir de amanhã [segunda-feira], voltaremos a erguer a bandeira dos Liberais Democratas, seja ela qual for”, sublinhou Lindner, acrescentando que “os Liberais Democratas fazem parte desta república, porque o liberalismo político faz parte desta república”.
O primeiro-ministro felicitou hoje o líder dos conservadores alemães, Friedrich Merz, pela vitória do seu partido nas eleições legislativas alemãs e salientou os desafios comuns a Portugal e Alemanha na União Europeia, NATO e Nações Unidas.
“Parabéns Friedrich Merz pela vitória. Estou entusiasmado com a perspetiva de trabalharmos juntos no aprofundamento das relações bilaterais entre Portugal e a Alemanha”, escreveu Luís Montenegro na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma mensagem, o primeiro-ministro português salienta ao futuro chanceler germânico “os desafios comuns” dos dois países “na União Europeia, na NATO e nas Nações Unidas”.
O copresidente dos socialistas alemães (SPD) Lars Klingbeil apelou a uma “mudança geracional” no partido liderado pelo chanceler cessante Olaf Scholz, depois do resultado nas eleições de hoje, que o ministro da Defesa, Boris Pistorius, considerou catastrófico.
"Este resultado é um ponto de viragem. Este resultado vai exigir mudanças radicais no SPD", defendeu Klingbeil na sede do SPD em Berlim, após a divulgação das projeções, segundo as quais o Partido Social-Democrata da Alemanha terá entre 16 e 16,5%, o pior resultado em 161 anos de história.
Pela primeira vez, o partido não está entre as duas forças políticas mais votadas numas eleições legislativas, superado pelos conservadores da CDU, com cerca de 29%, e pela extrema-direita do Alternativa para a Alemanha (AfD), com quase 20%.
Também a outra copresidente do SPD, Saskia Esken, admitiu que o partido precisa de se reorganizar, tanto em termos de "conteúdo como de pessoal".
Outras das figuras proeminentes do SPD, o ministro da Defesa cessante, Borius Pistorius, apontado como grande candidato à sucessão de Sholz na liderança dos socialistas alemães, rejeitou hoje especular sobre esse cenário, mas classificou o resultado alcançado como “catastrófico” e “devastador” e admitiu que “o partido terá de decidir com que equipa vai enfrentar os próximos meses e anos”.
A extrema-direita alemã obteve um resultado recorde nas eleições gerais de hoje, estabeleceu-se como uma força a ter em conta no panorama político e declarou o desejo de fazer parte do próximo governo com os conservadores. “Nunca fomos tão fortes a nível nacional”, disse, em Berlim a candidata à chancelaria da Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, a figura dominante durante toda a campanha eleitoral.
A candidata saudou um “resultado histórico”, no meio de ativistas que agitavam bandeiras tricolores pretas, vermelhas e douradas e corações azuis (a cor da AfD) com a inscrição “Alice für Deutschland” (Alice pela Alemanha). Os detratores do partido consideram que este slogan se aproxima perigosamente de outro proibido da milícia nazi SA, “Alles für Deutschland” (Tudo pela Alemanha), e denunciam o que consideram ser um sinal enviado por Alice Weidel à ala revisionista mais radical do movimento.
Apoiada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a AfD obteve entre 19,5% e 20% dos votos, segundo as estimativas das televisões, e, ao duplicar o resultado em relação às eleições de 2021 (10,4%), confirma a sua posição num país até agora menos inclinado ao nacionalismo identitário do que os seus vizinhos europeus, devido ao seu passado nazi.
Mas o movimento não tem intenção de ficar por aqui, tendo Alice Weidel declarado, imediatamente, a ambição de fazer parte do próximo governo, ao lado dos democratas-cristãos de Friedrich Merz, que ficaram em primeiro lugar com quase 30% dos votos, mas que a excluíram de qualquer aliança.
“A nossa mão estará sempre estendida para participar num governo e cumprir a vontade do povo”, disse Weidel, afirmando, nomeadamente, que pretende ‘fechar as fronteiras’ aos estrangeiros e baixar os impostos.
Fundada em 2013 por eurocéticos, a AfD radicalizou-se profundamente ao longo dos anos, tornando-se um partido anti-migrante, pró-russo e cético em relação ao clima e alguns dos seus dirigentes não hesitam em banalizar o nazismo.
Este questionamento da cultura de arrependimento do país foi recentemente encorajado pelo bilionário norte-americano Elon Musk: “As crianças não devem ser culpadas pelos pecados dos seus... avós”, disse o conselheiro próximo de Donald Trump numa reunião da AfD, no final de janeiro.
Há dez dias, na cimeira de defesa de Davos, em Munique, o vice-presidente norte-americano, JD Vance, concedeu uma entrevista a Alice Weidel, e desprezou o chanceler alemão Olaf Scholz. Acima de tudo, instou os partidos políticos alemães a deixarem de ostracizar a extrema-direita no Governo.
O líder dos sociais-democratas alemães, Olaf Scholz, classificou hoje os resultados eleitorais como “uma derrota histórica” e "amarga", depois de o partido parecer estar a caminho do terceiro lugar, com 16% dos votos, segundo as primeiras sondagens.
Os conservadores da CDU venceram as legislativas de hoje na Alemanha, seguidos da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha, AfD, que obteve uma votação recorde, segundo as primeiras projeções das televisões alemãs.
Segundo as projeções, a CDU obteve 29%, a AfD 19,5%, os sociais-democratas do SPD 16% e a Esquerda (Die Linke) 8,5%.
O chanceler cessante, cujo partido sofreu uma derrota histórica nas eleições de hoje, assumiu responsabilidade pela "derrota amarga” nas legislativas, mas não comentou sobre o seu futuro político.
“O resultado das eleições é mau e, por isso, assumo a responsabilidade”, admitiu o chefe de governo cessante perante os militantes do SPD.
A confirmarem-se estas projeções, Friedrich Merz deverá suceder a Olaf Scholz como chanceler, formando um governo de coligação com os partidos tradicionais, além do seu habitual aliado, com quem concorreu às eleições, a União Social-Cristã bávara (CSU).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a vitória da maior aliança conservadora da Alemanha como “um grande dia para a Alemanha e para os Estados Unidos”.
“Tal como nos EUA, o povo alemão cansou-se da agenda sem senso comum, especialmente no que diz respeito à energia e à imigração, que prevaleceu durante tantos anos”, disse Trump numa publicação em maiúsculas na sua plataforma Truth Social.
A sondagem à boca das urnas do canal público alemão de televisão dão a vitória à CDU (centro-direita), de Friedrich Merz. Em segundo lugar, tal como previsto, ficou a AFD, partido de extrema-direita. Os socialistas, do atual chanceler, conseguem o terceiro lugar, à frente dos Verdes.
ZDF (canal público)
CDU/CSU - 28,8%
AFD - 20%
SPD - 16,5%
Verdes - 12%
A Esquerda - 9%
FDP (liberais) - 5%
BSW - 5%
Os conservadores de Friedrich Merz ganharam claramente as eleições gerais de hoje na Alemanha, marcadas por um aumento sem precedentes da extrema-direita, de acordo com as sondagens das principais televisões alemãs. Leia mais AQUI
A sondagem da ARD, citada pelo "The Guardian", reflete uma divisão de género nas eleições alemãs. Entre os homens, 30% os votos foram para a CDU, 23% para a AFD e 15% para os sociais-democratas do SPD. Entre as mulheres, 27% votaram na CDU, mas em segundo lugar há um empate entre o SPD e AFD, ambos com 17%. Em quarto lugar, estão os Verdes, com 14%.
O candidato dos Verdes a chanceler, Robert Habeck, afirmou hoje que está disposto a continuar a assumir responsabilidades no Governo, caso o vencedor das eleições, o líder da União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, coloque essa hipótese.
“Os Verdes querem continuar a assumir a responsabilidade. Se tal é possível, veremos depois de uma longa noite”, disse Habeck, vice-chanceler e ministro da Economia do antigo Governo do social-democrata, Olaf Scholz.
De acordo com as projeções das sondagens à boca das urnas publicadas pelas televisões públicas ZDF e ARD, os Verdes obtiveram entre 12,4% e 13% dos votos, ligeiramente abaixo do resultado das eleições anteriores, que, com 14,7% dos votos, havia sido o melhor resultado de sempre do partido.
“Chegaram a prever um resultado inferior a 10%, após a dissolução da coligação governamental. Conseguimos inverter esta tendência e aproximarmo-nos do resultado das últimas eleições”, sublinhou Habeck.
Segundo as projeções, a CDU obteve 29% dos votos, a AfD 19,5%, os sociais-democratas do SPD 16% e a Esquerda (Die Linke) 8,5%.
Entre os jovens entre os 18 e os 24 anos, A Esquerda foi o partido mais votado, com 25%, segundo a sondagem da televisão ARD, com a AFD no segundo lugar, com 20%, e a CDU/CSU a obter 13%. Já no grupo etário entre os 25 e os 34 anos, é a extrema-direita quem ganha, com 22%, seguidos pelos conservadoras da CDU/CSU, com 22%.
O líder dos conservadores alemães, Friedrich Merz, apelou neste domingo à formação de um novo governo “o mais rapidamente possível”, depois de o seu partido ter ficado em primeiro lugar nas eleições nacionais.
“O mundo lá fora não está à nossa espera e não está à espera de longas conversações e negociações de coligação”, disse Merz, que está na pole position para se tornar o próximo chanceler da Alemanha.
A líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, saudou o melhor resultado de sempre do partido nas eleições nacionais deste domingo, depois de as sondagens lhe terem dado entre 19,5% a 20% dos votos.
“Alcançámos um resultado histórico”, disse Weidel aos seus apoiantes na festa da noite eleitoral da AfD em Berlim, acrescentando que o partido anti-imigração está agora "firmemente ancorado" na paisagem política e "nunca foi tão forte a nível nacional".
"A nossa mão está estendida” para entrar num governo de coligação com a aliança conservadora CDU/CSU, que ficou em primeiro lugar, com pelo menos 28,5% dos votos, de acordo com as sondagens.
O líder da CDU, Friedrich Merz, excluiu a possibilidade de uma tal aliança, mas no mês passado causou um grande alvoroço ao apresentar uma moção no Parlamento que foi aprovada com os votos da AfD, quebrando um tabu de longa data.
Weidel previu que, se a CDU continuasse a recusar-se a trabalhar com o seu partido para "implementar a vontade do povo", a AfD iria "ultrapassá-los” nas próximas eleições, previstas para daqui a quatro anos.
Dados da sondagem à boca das urnas da ZDF, televisão pública alemã.
CDU/CSU - 187
AFD - 131
SPD - 108
Verdes - 79
A Esquerda - 59
FDP (liberais) - 33
BSW - 33
Se estes dois últimos partidos não chegaram à barreira dos 5% (basta uma décima a menos, para não eleger qualquer deputado), a distribuição será diferente:
CDU/CSU - 209
AFD - 146
SPD - 121
Verdes - 88
A Esquerda - 66
Até às 14 horas, 52% dos eleitores alemães já tinham votado. Em 2021, à mesma hora, registava-se uma participação de 36,5% dos possíveis votantes.
Com uma longa carreira política, o chanceler alemão Olaf Scholz, social-democrata moderado e austero, conseguiu projetar uma imagem de confiança, num país extremamente apegado à estabilidade. Com a Alemanha mergulhada numa profunda crise económica estrutural e em fase de turbulência política, poucos acreditam que o advogado, de 66 anos, consiga derrotar o rival conservador Friedrich Merz.
Leia aqui o perfil do atual chanceler alemão.
Alice Weidel está longe de ser a candidata expectável num partido de extrema-direita. Por isso mesmo é que foi escolhida pela Alternativa para a Alemanha (AfD) para a corrida às legislativas. De uma família rica, é uma política de contradições: uma nacionalista alemã que vive na Suíça, ex-banqueira de investimentos que critica as elites, lésbica assumida numa relação com uma mulher originária do Sri Lanka e com dois filhos adotivos. Tudo isto enquanto lidera um partido cujo conceito de família se resume a “pai, mãe e filhos”.
Leia aqui o perfil da candidata da AfD.
Chamados hoje às urnas para legislativas na Alemanha, vários eleitores ouvidos pela Lusa em diferentes zonas de Berlim dizem não ter grandes ilusões quanto ao futuro Governo, apontando a ameaça de subida da extrema-direita como principal motivação para votar.
Com a generalidade das sondagens a apontarem para uma vitória dos conservadores da CDU e para uma grande subida do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que deverá tornar-se a segunda maior força política no país, com cerca de 20% das intenções de voto, à frente dos socialistas do SPD do chanceler Olaf Scholz, é mais o receio do que a esperança que parece motivar os eleitores.
Em Neukölln, um dos mais bairros mais multiculturais e populosos de Berlim, onde cerca de metade dos 320 mil habitantes são imigrantes ou têm raízes estrangeiras, sobretudo turcas e árabes – e onde se registaram as maiores manifestações pró-Palestina, que muitas vezes terminaram em confrontos com a polícia -, o denominador comum dos eleitores parece ser mesmo evitar a ascensão da extrema-direita.
Os alemães foram chamados este domingo às urnas para definir o futuro da maior economia da Europa. Segundo as últimas sondagens, os democratas-cristãos (CDU/CSU) congregam 29.4% das intenções de voto, uma vantagem de nove pontos percentuais em relação à Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, que soma 20.4%, tendo conquistado 3,7% pontos desde junho de 2024. Já os sociais-democratas do SPD, de centro-esquerda, que lideram o Bundestag (Parlamento alemão), com 15,4%, perdem, nas previsões, 12,3 pontos desde a última eleição federal, encontrando-se em terceiro lugar.
Leia aqui os possíveis cenários pós-eleições.
Todos os eleitores ouvidos pela Lusa à saída de uma mesa de voto, numa escola na Sonnenallee, admitiram que a sua principal motivação para votar hoje é tentar ajudar a travar a subida da Alternativa para a Alemanha (AfD).
“Esta eleição é muito, muito importante. O clima político atual é muito perigoso e é fundamental que tomemos posição. Receio a subida da extrema-direita, que é um problema um pouco global, mas particularmente assustador aqui na Alemanha, por razões óbvias. A minha mãe é do Kosovo e eu tenho medo por ela”, diz à Lusa a jovem Lona.
De origem síria, Kareem diz recear que o seu voto “não faça grande diferença”, pois “o Governo de coligação que sair destas eleições nunca será aquele que pretendia”, mas considera que é fundamental votar para tentar “enfraquecer a extrema-direita do AfD”, e espera “que haja uma mobilização grande”.
Marc, nascido em Berlim mas de raízes polacas, também diz à Lusa que não tem “grandes expectativas” quanto ao cenário político que vai sair das eleições de hoje e lamenta sentir que não tem “uma verdadeira opção” em termos governativos, mas concorda que as eleições de hoje “são particularmente importantes, face à ameaça que representa a AfD”, e revela mesmo que confiou o seu voto no Die Linke (A Esquerda), partido que nas últimas semanas ganhou um improvável fulgor, impulsionado pela adesão de muitos jovens ao seu discurso contra a extrema-direita.
“Não tenho ilusões de que estas eleições mudem grande coisa, mas espero uma forte mobilização contra a extrema-direita”, corrobora Guillermo, de origem argentina, mais um dos muitos residentes com background migrante em Neukölln cuja principal motivação para se deslocar hoje às urnas é a subida da AfD.
Favorito à sucessão de Scholz, Friedrich Merz, candidato da CDU às legislativas alemãs, não reúne consensos. Regressou à política em força depois de ter sido afastado por Merkel - agora quer ser a sua antítese - e causou recentemente o caos no Parlamento, à boleia das políticas de imigração restritivas que defende.
Leia aqui o perfil do candidato favorito à vitória.
O que será definido nestas legislativas? Como funciona o sistema eleitoral alemão? Que partidos são eleitos?
Entenda neste explicador como é o sistema eleitoral e o que esperar quando os resultados forem anunciados.