O presidente norte-americano, Barack Obama, decretou sanções contra 11 altos responsáveis russos e ucranianos, incluindo o presidente destituído pró-russo Viktor Ianukovich, em resposta ao referendo sobre a integração da península autónoma ucraniana da Crimeia na Rússia.
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Sete altos responsáveis russos figuram entre os visados pelas medidas norte-americanas, nomeadamente o congelamento de bens, indicou a administração norte-americana.
Na lista constam os nomes do vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozine, da presidente do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento russo), Valentina Matvienko, de dois conselheiros próximos do presidente russo Vladimir Putin e de dois deputados da Duma (câmara baixa do Parlamento russo).
Do lado ucraniano, as sanções de Washington abrangem dois líderes separatistas da Crimeia, o presidente destituído pró-russo Viktor Ianukovich e um conselheiro do antigo governante.
Numa intervenção a partir da sala de imprensa da Casa Branca, o presidente norte-americano advertiu a Rússia que os Estados Unidos estão prontos para impor sanções adicionais no âmbito da crise na Ucrânia, afirmando, porém, que continua a acreditar numa solução diplomática para a atual situação.
Barack Obama disse que "novas provocações só irão isolar mais a Rússia e diminuir a sua dimensão no mundo".
"A continuação da intervenção militar russa na Ucrânia não fará mais do que agravar o isolamento diplomático da Rússia, e a sua economia sofrerá ainda mais", alertou o líder norte-americano.
"Acredito que ainda existe uma forma de resolver esta situação através de uma via diplomática, uma forma que responda tanto aos interesses da Rússia como aos interesses da Ucrânia", acrescentou.
O anúncio da administração norte-americana ocorreu momentos depois de a União Europeia (UE), através do chefe da diplomacia lituana Linas Linkevicius, ter confirmado a adoção de sanções contra 21 pessoas, russas e ucranianas, consideradas como responsáveis pela reunificação da Crimeia com a Rússia.
Fontes diplomáticas precisaram que as sanções europeias visam 13 responsáveis russos e oito ucranianos pró-russos.
Um total de 96,6% dos votantes da Crimeia votou a favor da reunificação com a Rússia no referendo de domingo.
O parlamento da Crimeia aprovou em sessão extraordinária os resultados do referendo e, seguidamente, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, para que aceite aquela república ucraniana no seio da Federação Russa.
O referendo é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscovo defende que se trata de uma consulta "legítima".
As autoridades autónomas da Crimeia convocaram o referendo na sequência da deposição do Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, em fevereiro, após três meses de violentos protestos em Kiev, liderados pelas forças da oposição.
Depois da destituição de Ianukovich, forças pró-russas assumiram o controlo da península, localizada no sul da Ucrânia.