Michel Temer, esta quarta-feira empossado no cargo de presidente do Brasil na sequência da destituição de Dilma Rousseff da Presidência, prometeu uma "nova era" e acusou os seus opositores de "golpistas".
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"Hoje nós inauguramos uma nova era de dois anos e quatro meses", disse Michel Temer aos seus ministros na primeira reunião ministerial do Governo após a aprovação do 'impeachment' (destituição) da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado.
O Presidente, que comandava o país interinamente desde 12 de maio, referiu que a partir de agora a cobrança sobre o Governo será "muito maior", e rejeitou a acusação de que o 'impeachment' foi um golpe.
"Golpista é você, que está contra a Constituição (...) Não vamos levar desaforo para casa", referiu, em resposta aos aliados de Dilma Rousseff que têm vindo a acusá-lo de "golpista" e de traição para chegar ao poder, devolvendo o epíteto.
"No plano internacional tentaram muito e conseguiram dizer que no Brasil houve golpe", acrescentou, frisando que essa informação não pode ser tolerada.
O Presidente explicou que, durante o longo processo de 'impeachment', que durou nove meses, não respondeu às acusações, optando por uma "discrição absoluta", mas que, agora, que "as coisas se definiram", é preciso atuar com "muita firmeza".
Antes de viajar hoje à noite para a China, para participar num encontro do G20, com as maiores economias do mundo, Michel Temer adiantou que será uma oportunidade para anunciar a "novidade brasileira" e atrair investimentos.
"A partir de hoje, divulguem que nós estamos viajando exata e precisamente para revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade politica e segurança jurídica", garantiu.
O governante pediu também aos ministros a desburocratização de medidas e que participem em reuniões com os parlamentares dos seus partidos para falar sobre a importância das medidas que o Governo quer aprovar.
"Nós temos essa margem enorme de desempregados. Os quase 12 milhões é uma cifra assustadora", alertou, vincando o seu empenho para gerar empregos no país.
O chefe de Estado elogiou ainda a postura dos ministros durante o governo interino e disse esperar que o seu Executivo chegue a 2018, altura das eleições presidenciais, com o Brasil nos trilhos, para obter "o aplauso do povo brasileiro".
Dilma Rousseff, acusada de irregularidades parlamentares, perdeu hoje o mandato presidencial depois de uma votação no Senado (câmara alta parlamentar) em Brasília, em que dos 81 senadores brasileiros presentes, 61 votaram pela sua destituição e apenas 20 a apoiaram.