A reunião dos negociadores israelitas e palestinianos, que devia realizar-se esta segunda-feira, foi cancelada, depois das forças de segurança israelitas terem matado três palestinianos em confrontos na Cisjordânia.
Corpo do artigo
"O encontro que devia realizar-se em Jericó... hoje [segunda-feira], foi cancelado por causa do crime israelita cometido em Qalandiya", disse uma fonte à agência noticiosa francesa AFP, numa referência ao campo de refugiados onde foram registados os confrontos.
Fontes médicas e da segurança palestinianas disseram à AFP que soldados israelitas mataram três palestinianos e feriram duas dezenas em confrontos no campo de Qalandiya, perto de Jerusalém.
De acordo com a polícia israelita, os confrontos foram desencadeados com a chegada ao campo de uma unidade de guardas de fronteira israelitas, que ia deter um palestiniano.
Uma porta-voz da polícia israelita afirmou que os guardas usaram "meios anti-motins" para dispersar cerca de 1500 palestinianos que atiravam pedras, mas não se referiu a qualquer morte, nem confirmou a utilização de balas reais, como referido por fontes palestinianas.
"Ao início da manhã, uma unidade de guardas de fronteira realizou uma operação no campo de Qalandiya para deter um terrorista", logo após a detenção, cerca de 1500 residentes do campo atacaram os soldados com pedras e 'cocktail molotov', levando os soldados a responder com meios anti-motins, afirmou a porta-voz Luba Samri.
Três guardas ficaram ligeiramente feridos, indicou.
Em declarações à AFP, o porta-voz da presidência da Autoridade Palestiniana acusou Israel de querer "destruir o processo de paz".
"Os massacres diários, a continuação da colonização são mensagens de que Israel quer destruir o processo de paz", disse Nabil Abu Rudeina.
"A política israelita vai destruir tudo e apelamos aos Estados Unidos para que atuem e evitem que a paz seja aniquilada", acrescentou.
"Denunciamos o massacre desta manhã no campo de Qalandiya", sublinhou.
Israelitas e palestinianos retomaram as negociações de paz diretas, depois dos esforços diplomáticos do secretário de Estado norte-americano, John Kerry. O primeiro encontro entre as duas partes realizou-se em Washington, a 30 de julho.
Os dois lados mantiveram mais duas reuniões em agosto, em Jerusalém.