A revista eletrónica tunisina Inkyfada, que está a investigar o caso "Documentos do Panamá" envolvendo cidadãos do país, foi atacada por piratas informáticos.
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A revista eletrónica tunisina Inkyfada ficou temporariamente "offline" poucas horas após ter apresentado as primeiras indicações sobre o escândalo.
"O nosso sítio foi alvo de um ataque sério. Os 'hackers' (piratas informáticos) conseguiram colocar falsas informações com o nosso nome", denunciou a diretora editorial da revista eletrónica, Monia Ben Hamadi, na rede social Twitter.
Segundo Ben Hamadi, a revista conseguiu identificar os conteúdos falsos, mas não os piratas informáticos.
O caso "Documentos do Panamá" é uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), e destacou os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas 'offshore' em mais de 200 países e territórios.
A partir dos "Documentos do Panamá" ("Panama Papers", em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em "offshore" e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
O semanário "Expresso" e o canal de televisão TVI estão a participar nesta investigação em Portugal.