Grupos jiadistas preparavam "atentados terroristas de envergadura" na Bélgica. Esta quinta-feira, uma ação policial em Verviers, leste do país, terminou com dois mortos e um ferido. Os homens queriam atacar forças policiais.
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Os jiadistas abatidos, ao final da tarde, no centro da cidade de Verviers, situada entre a cidade de Liege a a fronteira alemã, teriam a intenção de desencadear ataques na capital belga, especificamente contra forças policiais.
De acordo com o procurador federal belga, o assalto foi efetuado por forças de intervenção da polícia numa habitação ocupada pelos jiadistas, enquanto atiradores especiais no exterior vigiavam os telhados dos prédios. Imagens vídeo mostram um apartamento em chamas com polícias no seu interior, e são audíveis explosões e disparos. "Os suspeitos abriram fogo com armas automáticas sobre a polícia federal e foram neutralizados", precisou o procurador Thierry Werts.
O grupo, regressado da Síria, há muito que estaria sob vigilância policial e escutas nas suas habitações e nos seus telefones terão revelado que estes teriam a intenção de efetuar ataques na capital belga.
A procuradoria não estabelece, no entanto, qualquer ligação entre esta operação policial e os atentados de Paris da passada semana Diz mesmo que a investigação sobre este grupo foi iniciada antes do ataque contra o jornal satírico parisiense Charlie Hebdo. No entanto, alguns "media" locais escrevem que o grupo tinha ligações aos irmãos Kouachi, que atacaram a redação do semanário satírico, Charlie Hebdo (12 mortos).
Um habitante de Verviers citado pelo "La Libre Belgique", relata que viu dois homens a fugirem, perto da rue du Palais, no centro da cidade, junto ao Palácio da Justiça, após algumas explosões. De acordo com a testemunha, tratava-se de dois homens, de 25 a 30 anos, com aparência árabe. Vestiam de preto e usavam bonés na cabeça. "Correram na direção da zona dos paquistaneses e afegãos", acrescentou a mesma testemunha.
A polícia belga executou ainda ontem operações contra o terrorismo em Vilvorde, Bruxelas, Schaerbeek, Zaventem e Molenbeek-Saint-Jean.
Recorde-se que esta quinta-feira, tinha já sido detido na Bélgica o alegado vendedor do armamento usado por Amedy Coulibaly no ataque ao supermercado judeu de Paris. Ao início da tarde, um homem foi detido depois de ter causado sobressalto no metro de Bruxelas, quando gritou "Allahu Akbar".