O presidente do Governo espanhol afirmou, esta segunda-feira, que vai tentar negociar a formação de um governo "estável" na sequência das eleições gerais de domingo, mas só com os partidos que defendam "a ordem constitucional" e "a unidade" de Espanha.
Corpo do artigo
Mariano Rajoy falava no final de uma reunião do Comité Executivo Nacional do Partido Popular espanhol (PP) destinada a analisar os resultados das eleições gerais espanholas, que os "populares" ganharam com 123 deputados, mas sem maioria absoluta.
Os resultados eleitorais obrigam qualquer um dos três partidos mais votados - PP, os socialistas do PSOE ou o Podemos (esquerda) a acordos de governo ou de legislatura não só entre si, mas também com pequenas forças políticas regionais ou nacionalistas.
Rajoy disse que vai reunir-se, para conseguir apoios de governo, com as forças políticas que "partilham com o PP" as mesmas ideias "quanto ao rumo constitucional, o rumo económico e social e a posição de Espanha na Europa".
O Podemos, de Pablo Iglesias, apresentou como principais propostas eleitorais uma reforma da constituição que permita um referendo pela independência na Catalunha, uma reformulação da lei eleitoral ou mesmo uma reestruturação da dívida pública espanhola.
O presidente do Governo espanhol e do PP considerou que a fragmentação do parlamento ditado pelos resultados eleitorais não pode constituir um "elemento de paralisia, bloqueio ou falta de ação", algo que seria "negativo para o interesse geral de todos os espanhóis".
O PP venceu domingo, com 123 deputados, as eleições em Espanha, que ditaram o fim do bipartidarismo, mas sem a maioria para formar governo, o que obrigará a negociações.
Dois dos vitoriosos da noite eleitoral são os partidos emergentes, o Podemos, de Pablo Iglesias, à esquerda, com 69 deputados, e o Ciudadanos, de Alberto Rivera, com 40 deputados.
O outro partido histórico da democracia espanhola, o PSOE, de Pedro Sanchez, foi o segundo mais votado, mas com 90 deputados.