O presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou no sábado que o "processo de libertação dos presos contra-revolucionário", acordado com a mediação da Igreja Católica, está concluído, advertindo os oposicionistas que as praças e ruas são dos "patriotas".
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Ao salientar que os presos políticos "foram libertados sem terem cumprido totalmente as sanções", Raúl Castro considerou que o governo cubano "poderia tê-lo feito directamente e ficar com o mérito, mas fê-lo no quadro de um diálogo de respeito mútuo, lealdade e transparência com a alta hierarquia da Igreja Católica, que contribuiu, com o seu trabalho humanitário, para que esta acção fosse concluída em harmonia e cujos louros, em todo o caso, correspondem a essa instituição religiosa", disse.
Raúl Castro falava na sessão inaugural do VI Congresso do Partido Comunista Cubano, que se iniciou sábado no Palácio das Convenções de La Havana e decorrerá até 19 de Abril, tendo feito um longo discurso centrado na aprovação de mudanças nas políticas económicas do regime cubano.
"O que nunca faremos é negar ao povo o direito de defender a sua revolução, a defesa da independência, das conquistas do socialismo e das nossas praças e ruas, continuará a ser o primeiro dever de todos os patriotas cubanos", disse.
Por outro lado, recordou, o processo de libertação de quase 127 presos "contra-revolucionário" (políticos), iniciado em Julho de 2010, começou com "um diálogo de respeito mutuo, lealdade e transparência" com a Igreja Católica.
Do total de presos libertados, 52 eram opositores do regime cubano e 75 tinham sido detidos em Março de 2003, durante a operação "Primavera Negra", e condenados a penas de até 28 anos de prisão, por alegadamente estarem "ao serviço de uma potência estrangeira (EUA)".
Um total de 114 detidos e suas famílias pediram asilo em Espanha, na sequência de negociações realizadas entre o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Miguel Angel Moratinos, com Raúl Castro.
Durante a sua longa intervenção no Congresso do Partido Comunista Cubano, o primeiro mandatário cubano acusou a União Europeia e os Estados Unidos de promover "implacáveis campanhas de desprestígio" contra a República de Cuba, em questões de direitos humanos.
"Nos exigem nada menos que a rendição incondicional e a desmontagem imediata do nosso regime socialista e alentam, orientam e ajudam os mercenários (oposicionistas) internos a desrespeitar a lei", frisou.