O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, espera que do Eurogrupo desta segunda-feira saia uma "declaração clara" sublinhando os avanços registados nas negociações entre o governo helénico e os credores.
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"Queremos que o Eurogrupo de segunda-feira integre uma declaração clara do progresso feito nos últimos tempos", vincou Tsipras, citado pela France Presse após um conselho de ministros extraordinário que teve hoje lugar em Atenas.
O Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro) reúne-se em Bruxelas na segunda-feira com a Grécia a dominar as atenções dos governantes.
Antes das declarações de Tsipras já um outro responsável do executivo grego havia sublinhando o avançar das negociações.
Um acordo entre a Grécia e os seus credores internacionais para ajuda financeira a Atenas está cada vez mais "próximo", garantiu o coordenador helénico das negociações, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Euclid Tsakalotos.
"Após semanas de negociações muito duras, se o outro lado estiver disponível, tornar-se-á evidente que o acordo está muito próximo", vincou Tsakalotos em declarações ao jornal grego Avgi, palavras reportadas pela France Presse.
O governante reconheceu todavia que Atenas e os credores estão ainda "politicamente distantes" em matérias como pensões, salários e questões laborais, matérias que "ficarão em aberto até ao último minuto".
A Grécia enfrenta problemas de liquidez devido a um impasse nas negociações com os credores que tem atrasado a transferência para os cofres gregos de uma parcela de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo concedido em 2012.
No que refere ao lado europeu, as cautelas são maiores: o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afiançou ao jornal italiano Corriere della Sera que, não obstante os progressos nas negociações, o momento não é ainda de total concórdia.
"Fizemos progressos mas não estamos próximos de um acordo. Tal [luz verde final] não será atingido na reunião de segunda-feira do Eurogrupo", prosseguiu o responsável.
Na terça-feira, Atenas terá de devolver parte do empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI), fatia no valor de 750 milhões de euros, pagamento que o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, bem como outras fontes helénicas, garantiram já que será feito.