O Presidente da República voltou, este domingo, a recusar participar em "jogadas" político-partidárias, lembrando que depois de já ter ganho quatro eleições com mais de 50% dos votos o seu "ego está satisfeito".
Corpo do artigo
Em conversa informal com os jornalistas a bordo do avião que o transportou esta tarde para Sófia, onde irá iniciar na segunda-feira uma visita oficial à Bulgária, o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, foi confrontado com as críticas ao cariz partidário do seu discurso na sessão solene do 10 de Junho.
A resposta foi pronta: "só faço aquilo que considero que corresponde ao superior interesse nacional", afirmou, reiterando que não participa em jogadas político-partidárias, não cede a pressões, venham elas "da direita, da esquerda, do centro ou das costas".
Mas, Cavaco Silva foi ainda mais longe, lembrando que depois de já ter vencido quatro eleições - duas legislativas e duas presidenciais - com mais de 50% dos votos, o seu "ego está mais do que satisfeito".
"Está no máximo, não preciso de mais nada", gracejou.
No último discurso do mandato no Dia de Portugal, o Presidente da República declarou que Portugal pode olhar o futuro com confiança, palavras elogiadas por PSD e CDS-PP mas que mereceram críticas da oposição.
Pelo PS, o líder parlamentar, Ferro Rodrigues, criticou o Presidente da República por ter tido "um discurso totalmente colado" ao do Governo, relativamente à crise e à sua evolução, enquanto o deputado do PCP António Filipe lançou farpas ao discurso "partidário" e de intervenção na campanha eleitoral feito pelo Presidente da República.