De regresso às origens para um T3 em zona nobre do Porto com a ajuda da Câmara
Andreia Pinto é natural do Porto, onde viveu até aos 26 anos. Agora, quase duas décadas depois, regressa às origens, no âmbito de um programa da Câmara do Porto para arrendamento acessível.
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Quando casou, foi viver para Fânzeres, em Gondomar, concelho onde ainda procurou alojamento no âmbito do programa do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), num processo que era "complexo".
Está na nova casa apenas desde o início de outubro. É um apartamento T3 no sexto piso, pelo qual paga uma renda de 707 euros. No total, são seis pessoas. Vive com o companheiro, com a filha Leonor, de 17 anos, e o bebé Lourenço, de 20 meses. Além disso, precisa de espaço para acolher dois enteados. E tem ainda o gato Hulk.
Muito feliz com a nova casa, na zona da Boavista, Andreia Pinto está perto do seu trabalho de assistente técnica na Função Pública e até podia deslocar-se a pé. No entanto, tem de levar Leonor à escola em Gondomar e também o bebé para a creche. Ainda não conseguiu transferência, nem para os privados. Apesar da deslocação entre concelhos, fez a conta ao combustível e ainda poupa 200 euros.
Inicialmente, Andreia ainda fez candidatura para habitação em Gondomar ao abrigo do programa do IHRU. O processo demorou muito tempo, desconhecia quando iriam ser as visitas e teve de se decidir por alojamento no Porto. Chegou mesmo a apresentar queixa ao provedor de Justiça.
Foi na plataforma da Porto Vivo que pesquisou as habitações e manifestou interesse. Quando abriu o concurso, foi avisada e candidatou-se a três casas por ordem de preferência.
A primeira opção era precisamente a casa onde está hoje a morar, mas começaram por atribuir-lhe um apartamento no Campo Alegre. Por sorte, quem ficou com a sua primeira escolha não quis a habitação porque tinha um cão e precisava de varanda. Andreia conseguiu assim ficar onde queria. "Aqui, o processo foi rápido", recordou ao JN. O seu contacto é sempre com a Porto Vivo, que faz a ligação entre inquilino e proprietário e com quem resolve eventuais problemas.
Mil fogos até 2025
O município do Porto tem mais de 150 habitações para arrendamento acessível. Esta bolsa consiste, por um lado, em edifícios que pertencem à Autarquia ou à Porto Vivo, SRU. Inclui também prédios privados, no âmbito do "Porto com Sentido", cujo objetivo é angariar mil fogos até dezembro de 2025.
Apoio à renda até 50%
O programa dá a possibilidade de aceder ao mercado por um valor 20% inferior ao que é praticado. Tem um mecanismo adicional que subsidia o pagamento da renda e vai até 50%.
Isenção de impostos
Os rendimentos dos proprietários ficam isentos de IRS e IRC; e os imóveis isentos de IMI durante os cinco anos de contrato.