Especialistas e decisores políticos reúnem-se esta terça-feira no Infarmed para decidir agosto. Aguardam-se mudanças que aliviem o dia a dia dos portugueses.
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Dois meses depois, especialistas e decisores políticos, voltam a reunir-se no Infarmed, em Lisboa, para analisar a evolução da pandemia e decidir como será agosto. Há um país de olhos postos neste encontro, para o qual Governo tem empurrado eventuais decisões que podem aliviar o dia a dia dos portugueses. A abertura de bares e discotecas com certificado digital, o fim dos horários limitados na restauração e espaços comerciais ao fim de semana e o levantamento da obrigatoriedade do uso de máscara na via pública são temas em cima da mesa.
A vacinação das crianças e o fim do isolamento profilático dos vacinados também devem entrar no debate. A reunião ocorre num momento em que o país está a vermelho numa matriz de risco que muitos querem mudar. Porque, com metade da população totalmente vacinada, a doença tornou-se menos ameaçadora. A comprová-lo, Lisboa e Vale do Tejo já passou o pico da quarta vaga e os efeitos sobre o sistema de saúde estão longe dos sentidos em janeiro e fevereiro.
O JN sabe que os especialistas vão propor alterações na matriz, de modo a que a linha vermelha passe para os 480 casos por cem mil habitantes.
Pressão para mudar
A última reunião no Infarmed, a 28 de maio, ficou marcada por divergências entre o presidente da República, os especialistas e o primeiro-ministro. Marcelo Rebelo de Sousa defendia a alteração da matriz face à crescente taxa de imunidade da população. Nada mudou, mas a pressão para alterá-la aumentou.
Na última semana, o discurso do Governo suavizou-se, com António Costa a usar expressões como "libertação total da sociedade" para o final do verão e a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a admitir que estamos mais próximos do momento das mudanças.