Estado de alerta agrava cancelamentos no turismo. Governo deve anunciar apoios
O estado de alerta decretado pelo Governo por causa do calor extremo está a agravar os cancelamentos no setor do turismo, que já começaram a escalar na última semana nas zonas afetadas pelos incêndios.
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Segundo adiantou, ao JN, o presidente da entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, o impacto na atividade turística está a ser sentido nos concelhos de Arouca e no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), em Ponte da Barca, Terras de Bouro e Arcos de Valdevez.
Face ao agravamento devido ao estado de alerta, o Governo estará "em articulação com as Entidades Regionais de Turismo, a avaliar os prejuízos no setor", e a preparar "instrumentos financeiros de apoio para as empresas turísticas afetadas pelos incêndios, assim como para associações e outras organizações públicas, um anúncio que será dado em breve pelo ministro da Economia e da Coesão Territorial".
Luís Pedro Martins declarou que "a entrada em vigor do estado de alerta, a partir de domingo, está a provocar imensos cancelamentos, mas ainda é prematuro fazer uma avaliação rigorosa desse impacto, até porque não sabemos quando regressamos à normalidade".
Adiantou, no entanto, que face aos incêndios em Arouca, "fica gravemente comprometida a atividade das empresas de animação turística, 4 delas que desenvolvem o seu trabalho a 100% em Arouca e mais 24 que o fazem de forma parcial".
"Igualmente comprometida está a operação nos Passadiços do Paiva e na Ponte 516 Arouca. Todos os anos o turismo em Arouca arrecada proveitos de cerca 15 milhões de euros, sendo que nesta fase ainda não é possível saber qual deste valor está agora posto em causa", rematou Luís Pedro Martins.
Quanto ao PNPG, estará "prejudicado o trabalho das empresas de animação turística, uma vez que a paisagem é o seu principal ativo e âncora de atração para o destino, sendo que esta é a altura do ano onde a operação é mais forte".
"A restauração e a hotelaria estão também a ser afetadas, uma vez que ninguém quer correr riscos, mesmo que de facto não tenha havido risco efetivo nas unidades de alojamento", indicou o dirigente, concluindo que, neste momento, tem "informação por parte do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços", que o impacto no setor está a ser avaliado e já estão em preparação "instrumentos financeiros".