Depois de ter dispensado acompanhamento que lhe era prestado pelo Exército, Lucinda voltou a ter consultas.
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Lucinda Araújo, a mãe do militar Dylan Silva, de 20 anos, que morreu a 10 de setembro de 2016 num curso de comandos, retomou o apoio psicológico do Exército. Após ter dispensado as consultas, há cerca de três anos, e de se ter isolado para viver o luto, a mulher, de 49 anos, aceitou ter acompanhamento. Em setembro, o JN fez uma reportagem que assinalou o terceiro aniversário da morte de Dylan e encontrou a mulher a viver isolada, na companhia de animais domésticos, na sua residência em Gemieira, Ponte de Lima.
Na altura, Lucinda Araújo, disse: "Sinto que estou no fundo do poço. Tenho aguentado muito, mas agora estou exausta. Estou aqui, as coisas estão como o Dylan deixou e eu sinto que estou a precisar de ajuda. E que sozinha não vou conseguir". Referiu que estava sem apoios judiciário e psicológico e sem dinheiro.
"Estou a ver um psiquiatra de seis em seis meses porque é pelo Sistema Nacional de Saúde. Não tenho como me tratar", comentou.
Consultas em casa
Fonte do Exército informou, entretanto, o JN, que em 13 de novembro de 2019, a mãe do militar falecido na sequência de um treino dos Comandos na região de Alcochete, Setúbal, foi contactada "para reiterar a possibilidade de apoio psicológico". "Neste contacto a sra. Lucinda afirmou querer retomar esse apoio. Em 20 de novembro, entre as 14 e as 16.30 horas, foi efetuada uma consulta psicológica em Ponte de Lima, na sua habitação", afirmou a mesma fonte, acrescentando: "O apoio continuará a ser prestado até que o mesmo seja necessário ou dispensado".
Dylan Silva morreu no 127.º Curso de Comandos alegadamente devido "a um golpe de calor", seis dias depois do colega, Hugo Abreu. A morte dos dois soldados foi associada a episódios de violência extrema por parte dos instrutores, denunciados na altura por colegas, amigos e familiares.
Julgamento decorre
O julgamento do caso começou há mais de um ano e decorre atualmente no Tribunal Central Criminal de Lisboa. Segundo a advogada Joana Martins, que representa a família de Dylan, "têm decorrido cerca de três sessões por semana e já há datas marcadas até janeiro".
A sua expectativa é que o julgamento seja concluído no final do próximo ano. A sentença incluirá também decisão relativa aos pedidos cíveis de indemnização apresentados pelas famílias das vítimas.