O secretário de Estado da Saúde anunciou, esta terça-feira, que os profissionais de saúde vão poder voltar a gozar período de férias.
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Segundo dados relativos a domingo, há 3148 profissionais de saúde infetados, a maioria enfermeiros (834) e assistentes operacionais (760).
Depois de lembrar o papel "crucial" dos enfermeiros tanto no combate à pandemia como em toda a restante atividade, e deixar uma palavra de apreço à bastonária Ana Rita Cavaco, assinalando assim o dia internacional da classe, António Lacerda Sales anunciou uma boa notícia: todos os profissionais da área da saúde vão voltar a poder gozar férias, depois de o despacho de 15 de março que impedia esse cenário, face às necessidades criadas pela pandemia, ter sido revogado. "Está novamente autorizado o gozo de férias por profissionais de saúde, desde que seja acautelado o normal funcionamento do serviço, tendo em conta a necessidade de manutenção da prontidão de resposta ou um eventual aumento de incidência de covid-19 em Portugal", detalhou.
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"Grande maioria dos lares tem condições" para retomar visitas
Sobre a retoma das visitas aos lares de idosos, marcada para o próximo dia 18, que tem espoletado algumas críticas, a diretora-geral da Saúde explicou que, "na grande maioria dos lares", há "condições, com preparação e definição de regras próprias", para a retoma acontecer. De resto, existem "situações particulares onde, de acordo com a avaliação do risco das autoridades de saúde, as visitas poderão ser diferidas para outra data".
Uma das regras mais importantes a aplicar nos estabelecimentos, destacou Graça Freitas, passa, além da preparação dos profissionais, pelo diálogo com as famílias dos utentes, para que as medidas de prevenção e controlo de infeção sejam cumpridas.
"O que a DGS estabelece é um conjunto de regras de boas práticas que se destinam à retoma faseada da nossa vida normal, mas que não é a vida normal como a conhecíamos. É um novo tipo de normalidade", disse a diretora-geral da Saúde, acrescentando que cada regra é negociada com os outros ministérios e com os parceiros dos setores privado e social.
Por seu turno, o secretário de Estado da Saúde lembrou a importância de os idosos voltarem a ver os familiares, reforçando que, tendo em conta a vulnerabilidade deste grupo, a retoma das visitas deve estar em linha com as orientações da DGS.
Rastreios nas escolas ainda não são prioridade
Perante a petição da Fenprof que sugere rastreios para toda a comunidade educativa no recomeço das aulas presenciais para alunos do 11.º e 12.º anos, Graça Freitas disse que estes serão feitos "analisando situação a situação". Para já, é prioritário trabalhar na testagem "da comunidade educativa que vai participar na retoma da atividade das creches", bem como nas despistagens nos lares e estabelecimenos prisionais.
Quarentena para quem entrar no país vai ser estudada
Questionado sobre a possibilidade de o Governo impor um período de quarentena obrigatório a quem entrar no país, nomeadamente emigrantes - como anunciou hoje Espanha -, o secretário de Estado da Saúde esclareceu que a hipótese vai ser estudada. "Estamos em permanente contacto com o governo espanhol no sentido de podermos articular quaisquer medidas ou decisões que possam ser tomadas e igualmente faremos com os países de proveniência."
Se for necessário dar um passo atrás, daremos um passo atrás
Sobre que medidas concretas estão planeadas para uma eventual segunda vaga de contágios, António Lacerda Sales não entrou em detalhe, dizendo apenas, e citando o primeiro-ministro, que "se for necessário dar um passo atrás, daremos um passo atrás", que significa retomar medidas que já tinham sido aplicadas.
Os cinco métodos "com eficácia comprovada" para evitar o contágio
Sabendo-se que a transmissão do vírus acontece por transferência de gotículas de pessoa para pessoa e por via da contaminação de superfícies e objetos, Graça Freitas voltou a referir as medidas de prevenção mais eficazes: distanciamento físico; uso de máscara em locais fechados onde manter as distâncias não seja possível; higiene respiratória (levar o braço à boca e nariz quando se tosse ou espirra); lavagem frequente das mãos; e higienização das superfícies e objetos. "Este conjunto de cinco medidas tem eficácia comprovada", garantiu Graça Freitas, sublinhando que "uma única pode não ser suficiente".
Taxa de letalidade global sobe para 4,2%
O secretário de Estado da Saúde deu conta de que só 2,5% dos infetados estão em internamento (dos quais 0,4 em Unidades de Cuidados Intensivos e 2,1 em enfermaria). E que a taxa de letalidade global da covid-19 em Portugal subiu um ponto percentual para 4,2%, e para 15,3% no caso de doentes com mais de 70 anos.