“Eu não era a mesma pessoa que sou agora. No ano passado, se me tivessem dito que eu era uma pessoa muito forte, provavelmente não teria acreditado. Mas agora acredito”, disse, esta manhã, Mahoor Kaffashian, a estudante iraniana, de 25 anos, ao Papa Francisco.
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O Papa mostrou-se comovido com o testemunho da aluna de Medicina Dentária que estuda no Centro Regional da Universidade Católica Portuguesa (UCP) de Viseu, desde setembro de 2022.
Mahoor nasceu no Irão e estava a estudar na Ucrânia quando a guerra começou, em fevereiro de 2022. Em Portugal há poucos meses, falou em português e contou a sua história e da forma como foi, inicialmente, deslocada, no seu próprio país e, depois, refugiada na Ucrânia. “Uma guerra real fez-me sentir sobrevivente”, afirmou.
“Depois de tudo o que passei, depois do sentimento constante de ausência de um lar, da família, dos amigos, depois de ter ficado sem teto, sem universidade, sem dinheiro, sei que o conceito de força não significa que não me sinta cansada, exausta e abatida pela dor e pela perda. Significa apenas que tenho a força, a fé e a coragem para seguir em frente”, disse a estudante ao Papa.
Em português, a jovem referiu ainda sentir-se orgulhosa de estar “num novo recomeço neste país tão belo e acolhedor, participando ativamente na vida da nossa casa comum, e estudando, enquanto tento distribuir à minha volta, eu também, o amor, a esperança e a fé”.
“Acima de tudo, sou crente, e devo o meu olhar de esperança sobre o futuro à equipa da Universidade Católica: cuidou e cuidará de mim, no contexto do Fundo de Apoio Social Papa Francisco”, finalizou.