Primeiro-ministro desvalorizou hoje, quinta-feira, o repto de Paulo Portas para que saia do Governo e se forme um executivo PS, PSD e CDS, dizendo que há políticos "incorrigíveis" que "só pensam em arranjinhos de poder".
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José Sócrates falava aos jornalistas no final do debate do Estado da Nação, na Assembleia da República, depois de confrontado com o teor do discurso do presidente do CDS-PP.
"Lamento muito que alguns políticos tenham apenas na sua cabeça as questões de poder mas não as da substância. Há políticos incorrigíveis, que só pensam em questões de poder, em eleições. Tivermos três eleições no ano passado, mas, pelos vistos, há políticos que não se resignam ao resultado das eleições", disse o líder do executivo.
Já sobre o repto de Paulo Portas para que abandone o Governo, José Sócrates respondeu: "lamento muito mas quem me pôs aqui primeiro-ministro foram os portugueses, não foi nenhum deputado do CDS, nem de qualquer outro partido".
"Infelizmente vejo muitos políticos que só pensam em sondagens e em eleições, mas acho que ninguém compreenderia isso, porque o país a última coisa que precisa é de uma crise política. O país precisa de estabilidade política para sair de uma situação em que todos os países genericamente estão", acrescentou.
Para José Sócrates, uma crise política em Portugal "só agravaria a situação económica".
"Mas os portugueses julgarão os políticos que só pensam nos arranjinhos de poder, tipo: agora fazíamos aqui uma coligação entre três partidos para irmos todos para o poder. Percebo que o dr. Paulo Portas se queira candidatar ao Governo, mas nunca tinha visto um deputado fazer isso de forma tão explícita e tão aberta", acrescentou.