Elina Fraga, uma das escolhas mais polémicas de Rui Rio para a vice-presidência do partido, foi recebida com apupos e assobios quando o seu nome foi chamado ao palco para tomar posse.
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Se dúvidas houvesse, o congresso mostrou que não gostou da escolha da ex-bastonária dos Advogados - que foi muito crítica do anterior Governo de Pedro Passos Coelho, chegando ao ponto de apresentar, em 2014, uma queixa-crime contra todos os ministros que aprovaram a revisão do mapa judiciário. O partido não gostou que Rio a convidasse para a cúpula e fez questão de o dizer com apupos.
Desde que, no sábado, se soube que Elina Fraga seria uma das escolhas de Rui Rio para a vice-presidência do partido que se começaram a ouvir muitas reações negativas a esta decisão. Há mesmo quem garanta que Rui Rio foi alertado para o risco que estava a correr com esta escolha, mas o líder manteve a decisão.
A voz mais crítica que se fez ouvir foi a da ex-ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, e atual deputada do PSD que considerou a decisão de Rui Rio "uma traição" e lamentou que alguns dos críticos da anterior liderança estejam agora a ser acarinhados.
Já hoje, em declarações à RTP, a anterior bastonária justificou a queixa então apresentada contra o Governo. "Não é uma decisão pessoal. Foi uma decisão tomada em consciência, que foi aprovada na assembleia-geral da Ordem dos Advogados", disse, garantindo sentir-se "confortável" com a escolha.
"Isto é uma decisão minha e é uma decisão do doutor Rio. Nunca fui agarrada a qualquer lugar. Estou pronta a entrar num projeto ou a sair de um projeto quando a minha presença for um constrangimento", disse. Resta saber se agora, após aos apupos com que o congresso a recebeu, continua a sentir o mesmo "conforto".
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