Cem dias de guerra na Ucrânia, cem dias de um conflito que ameaça estender-se no tempo, que veio abalar uma errónea perceção de paz no Velho Continente e reconfigurar os frágeis equilíbrios que regem a geopolítica mundial, naquela que é já a mais trágica crise de refugiados na Europa desde a Segunda Grande Guerra.
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Ao centésimo dia, e quando prosseguem combates intensos no Leste do país, Volodymyr Zelensky insiste, em mensagem de 36 segundos dirigida ao país: "a vitória será nossa", no esforço inaudito, reiterado desde a primeira hora, de alavancar o ânimo dos que atiram o corpo exaurido sobre a linha da frente de combate, sobre os que resistem em cidades devastadas onde a narrativa de sobrevivência assume, em cada dia, o desgaste da impossibilidade.
E Moscovo, em efeméride sombria, atira com a certeza de querer dilatar o confronto até ao estertor final. Diz o Kremlin ter alcançado "alguns objetivos" e assegura que a ofensiva, numa altura em que domina já 20% do território ucraniano, é para continuar, até que "todos os objetivos da operação militar especial sejam alcançados".Nesta sexta-feira, o Município de Cascais anunciou que vai colaborar na reconstrução da massacrada cidade de Bucha, nomeadamente na construção de uma escola. A garantia foi dada pelo autarca Carlos Carreiras, que assinou online um acordo de cooperação com o congénere ucraniano, durante a visita a Cascais de Igor Zhovka, chefe-adjunto do gabinete de Zelensky. Também hoje, a Câmara de Moscovo comprometeu-se a prestar assistência humanitária e ajudar na reconstrução da autoproclamada República Popular de Lugansk, no Donbass. A Organização Mundial da Saúde veio pedir aos doadores internacionais 140 milhões de euros para ajuda humanitária e reconstrução do sistema de saúde ucraniano.
O Relatório de Análise Preliminar dos Registos das Interrupções da Gravidez (2018-2021), divulgado esta sexta-feira pela DGS, mostra que, no ano passado, os hospitais públicos enviaram 23% das interrupções de gravidez por opção da mulher para clínicas privadas, quase o dobro das grávidas referenciadas em 2019. Já o número total de abortos registou a maior queda em 15 anos. Dados detalhados na edição deste sábado do JN.
A somar à contagem dos casos covid - mais 175 766 contágios em relação à semana passada, diz o relatório semanal da DGS -, que há mais de dois anos atravessa a rotina noticiosa, junta-se, desde que foi confirmado o primeiro caso em Portugal, a 17 de Maio, a contagem de casos de varíola dos macacos, a "Monkeypox". Esta sexta-feira, a DGS deu conta de mais cinco casos, e são já 143 as infeções no país, maioritariamente homens, com menos de 40 anos, e localizados em Lisboa e Vale do Tejo.
Sem comentar a decisão da Câmara do Porto de se retirar da Associação Nacional dos Municípios, o primeiro-ministro assinalou hoje que a entidade liderada por Luísa Salgueiro é a interlocutora do Governo para as questões comuns às autarquias. "Não vou estar a comentar posições individuais de cada um dos municípios. O nosso interlocutor, como é óbvio, é a ANMP", disse António Costa. O líder do Executivo recusou críticas ao modo como está a ser conduzido o processo de descentralização, que diz ser o "mais ambicioso que o país tem praticamente desde 1976", "negociado longamente" com a ANMP "e sempre com o acordo desta associação".
Uma grave lesão sofrida por Alexander Zverev, antes do tie-break do segundo set, empurrou Rafael Nadal para a final desta edição do Roland Garros. Decorriam três horas de um encontro equilibrado, com Zverev a ganhar em jogos (6-5) mas em desvantagem na 12.ª partida (30-40), quando o tenista alemão desliza para chegar à bola, envia-a para o outro lado do "court", e é traído por um movimento do pé, que torce e o lança sobre o piso. Retirado de cadeira de rodas, Zverev voltaria depois ao "court" para cumprimentar o adversário. Do encontro entre Casper Ruud e Marin Cilic, que ainda decorre, sairá aquele que vai defrontar o espanhol na final.
Porque importa quebrar preconceitos e chutar para canto a discriminação no mundo do futebol, dois árbitros escoceses vieram a público assumir a sua homossexualidade, num mês que assinala, em todo o mundo, o orgulho gay e os direitos da comunidade LGBT. Craig Napier, que apitou vários jogos do campeonato escocês, e Lloyd Wilson, que arbitra nas ligas inferiores da Escócia, assumiram a dianteira para colocar travão numa jornada de mentiras. "Precisamos de ventos de mudança, para que as pessoas possam sentir que podem ser verdadeiras com elas próprias e viverem felizes e confortáveis com as suas escolhas ou a sua cor de pele. E isso tem de acontecer também no futebol", disse Napier, num vídeo publicado no Twitter pela Federação de Futebol da Escócia. Willson fê-lo depois de "uma caminhada horrível, uma caminhada de 17 anos de mentiras" que, garante, não quer "continuar a viver".