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Na conferência que se vai realizar hoje, em Aveiro, sobre “Cultura e Tecnologia”, no âmbito da Capital Portuguesa da Cultura, questionar-se-á se a inteligência artificial (IA) é nossa amiga. Esta semana, há vários exemplos que nos demonstram que sim, mas também há alertas para fossos digitais.
Em apenas três dias, ficamos a conhecer uma avó muito conversadora que leva burlões à exaustão, um empregado a navegar por nós na Internet e a saber que iremos conseguir transformar textos em vídeos.
A avó chama-se Daisy Harris. Tem um gato chamado Fluffy, gosta de pássaros e também de croché. Fiel à realidade, foi desenvolvida para ajudar os consumidores a combaterem a praga das chamadas telefónicas fraudulentas. É a IA a combater o crime. Já a Google lançou o seu primeiro agente de IA que pode realizar ações por nós na Internet. Navega, preenche formulários, enche carrinhos de compras. Na área da criatividade, surge mais uma ferramenta revolucionária, capaz de gerar vídeos de 5 a 20 segundos com base num texto.
São exemplos da velocidade alucinante a que a IA se desenvolve. Admiráveis e assustadores. A questão que se impõe é: estaremos preparados para acompanhar este ritmo?
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico analisou o impacto desta tecnologia nos mercados de trabalho locais e alerta para as disparidades de rendimento e de produtividade que a IA pode causar. Num relatório publicado no mês passado, chama a atenção para os fossos digitais entre regiões e pede aos decisores políticos para darem prioridade ao digital.
Um apelo que faz todo o sentido. É aos governantes que cabe garantir que estas ferramentas não vão criar mais desigualdades e novas formas de exclusão social.