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Acreditamos na necessidade de afirmarmos comportamentos consentâneos com algumas noções de justiça social e de bem-estar económico.
Compreendemos que exista a vontade, ou mesmo a necessidade, de se afirmarem padrões de ética na atividade política.
Não conseguimos vislumbrar é nos agentes políticos essa mesma vontade na sua atuação e no relacionamento com a Comunicação Social.
O que vamos encontrando, no nosso quotidiano, é o aproveitar a disponibilidade dos média para se continuar a promover inverdades e, dessa forma, motivar o desgaste de todos aqueles que procuram servir a “res publica”.
Muitos desses políticos não precisam de ser defendidos na praça pública porque geralmente acabam por ser os tribunais, ainda que muitas vezes tarde, que acabam por ilibá-los.
Contudo, o desgaste público é evidente, acabando, muitas vezes, na demissão desse mesmo responsável e, dessa forma, conseguimos aplacar o sentido crítico dessas vozes cuja reclamação vem sempre debaixo do manto da análise dos comportamentos. Umas vezes como moralmente condenável, noutras eticamente reprovável.
Geralmente, os maiores críticos são sempre os que possuem telhados de vidro. Inicialmente, o PSD, o PS e o CDS/PP acabavam por ser vítimas, muitas vezes, de personalidades que misturavam o conflito de interesses com a razão do seu egoísmo pessoal.
Com a chegada de novos partidos, estes, desde logo, levantaram a moral e a ética como bandeira para dizerem que são diferentes. O que aconteceu? O Chega, a Iniciativa Liberal e o Bloco de Esquerda já tiveram os seus pecaminosos casos e estão aflitos para que a opinião pública rapidamente os esqueça.
O povo terá sempre a sua opinião e até a oportunidade de julgar estes comportamentos. Todos sabemos a importância que os partidos políticos exercem na afirmação de uma democracia que queremos semipresidencial e de pendor parlamentar.
O risco de sermos populistas obriga-nos a ser cautelosos nesta análise e a não fazer a habitual afirmação “de que são todos iguais”. Não é disso que se trata.
Agora que se aproxima um momento de eleições talvez seja o momento de reclamar um novo modelo eleitoral que, partindo do atual quadro constitucional, permitisse a existência de círculos mais reduzidos e com uma maior expressão pessoal.
Ao mesmo tempo, as eleições presidenciais correm o risco de ficar muito partidarizadas e daí a vantagem que as sondagens parecem estar a conceder ao almirante Gouveia e Melo. Tive a oportunidade de o ouvir recentemente e parece-me que ele já percebeu que os portugueses estão preparados para aquilo que o atual presidente chamou “um novo ciclo” que a comemoração dos 50 anos de Abril parece permitir.