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Numa noite fria de fevereiro, jogadores e adeptos procuraram contrariar, com uma vitória, o conjunto de resultados dececionantes que o Vitória vinha tendo.
E foi possível a vitória, apesar do futebol ainda fraquinho que apresentamos, por comparação com o que já jogámos esta época. E o resultado foi um alívio para todos. Precisamos destes pontos para recuperar a confiança perdida no louco mês de janeiro.
Ao ler num jornal desportivo que “o extremo cabo-verdiano Telmo Arcanjo” marcou um bom golo, questiono-me sobre quais os critérios jornalísticos para se referirem à nacionalidade dos jogadores. Telmo nasce em Lisboa, Varela também e Bruno Gaspar em Évora; estes dois últimos jogadores possuem, inclusivamente, um conjunto de internacionalizações pelas seleções portuguesas até aos sub-21. O facto de optarem por jogar numa seleção distinta da do país de nascimento, por via da ascendência, não lhes retira a cidadania portuguesa. Ou retira? Creio tratar-se de mais uma falta de cuidado na adjetivação.
Por isso o Vitória, apesar de ter perdido já esta época Jota Silva, Mangas, Alberto e Manu, jogadores portugueses excecionais, continua a apresentar uma base de jogadores nacional notável: no último jogo, na equipa inicial, apenas três não tinham nascido em solo luso. E, acho, que o Vitória deve continuar essa aposta: é um serviço que faz ao país e a si mesmo.
Gostei particularmente da exibição do Samu: boa técnica e uma energia inesgotável. A sua dedicação ao jogo e à equipa é um exemplo e fico sempre rendido pela atitude. O Samu é português. Não, não é nórdico. Parece, mas é de Mozelos.
*Adepto do V. Guimarães