Dia 23 de abril, a FAP lançou o livro “O Movimento Estudantil antes e depois do 25 de Abril”, de João Moreira, que contou com os testemunhos de Rui Rio e Augusto Santos Silva.
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Desde o caso do festival de coros em 1973, até à greve dos estudantes de medicina, este livro lembra o papel crucial que os estudantes do Porto tiveram na luta contra a ditadura. Esta obra materializa, por isso, a memória constante que devemos à luta dos nossos pais e avós pela liberdade de expressão, justiça social e democracia, mas também uma recordação daquilo que não deve voltar a acontecer. À medida que o populismo ressurge na Europa, é imperativo reconhecer que a ignorância e a falta de conhecimento são terrenos férteis para a sua propagação, minando a qualidade democrática. Já o vimos a acontecer no passado e não queremos que volte a acontecer.
Mas ainda não podemos comemorar plenamente Abril. A injustiça social coletiva e as desigualdades sociais persistem, assim como as disparidades que condicionam e constrangem a mobilidade social. Urge afirmar o sistema educativo como elevador social, e não como reprodutor das desigualdades já preexistentes. Não podemos comemorar plenamente Abril, enquanto falhamos com o futuro. Somos um dos países da União Europeia onde os jovens saem mais tarde de casa dos pais e esta é a primeira geração a viver pior do que a imediatamente anterior.
Devemos, por isso, relembrar o passado para construir o futuro, afirmando que os estudantes serão sempre uma voz que defende a liberdade e a educação como pilares fundamentais da Democracia. Por uma prioridade na Educação como há 35 anos se inscreve no logotipo e nos ideais da Federação Académica do Porto!
* Presidente da Federação Académica do Porto