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Estamos no início do período de férias e a cidade do Porto começa a preparar-se para as eleições autárquicas do próximo ano.
Serão umas eleições de mudança de um ciclo político com a inevitável, por força da limitação de mandatos, mudança de presidente. Será, portanto, o tempo de se falar de novas políticas públicas municipais e de um novo papel do Porto na liderança regional e nacional.
Não se pode deixar, nesse plano, de falar do papel das instituições da cidade do Porto e do seu exemplo e importância na vida nacional para o nosso desenvolvimento económico e social.
Recordamos que aconteceram, no Porto, vários momentos de relevo da História de Portugal. Desde logo, os mais recentes como foram a revolução de 24 de agosto de 1820, que abriu caminho ao constitucionalismo parlamentar, a resistência, no cerco da cidade durante a guerra civil (1832-1834), ou a tentativa de proclamar a República no 31 de janeiro de 1890. Poderíamos evocar, ainda, ser a terra de nascimento do Infante D Henrique ou de ter ousado, durante a Revolta dos Taberneiros, enfrentar o todo-poderoso Marquês de Pombal.
Com esta forte vontade de servir os ideais da liberdade, esteve de uma forma corajosa ao lado do General sem Medo, Humberto Delgado, nas disputadas eleições presidenciais de 1958, cujo lema o nosso Almeida Garrett soube interpretar, muito tempo antes, quando dizia que “se na nossa cidade há muito quem troque o bê pelo vê, há pouco quem troque a liberdade pela servidão”.
Este Porto encontra o seu ADN mais profundo e vincado nas suas instituições, que são a expressão coletiva de todos aqueles que individualmente as servem. Assim o quis o rei D. Pedro IV, quando deixou o seu coração na Cidade Invicta, cuja guarda ficou confiada e repartida entre a Igreja da Lapa e a Câmara do Porto.
Todos conhecemos as instituições que servem, quase sempre com o sacrifício dos seus dirigentes, esta terra e as suas gentes.
Seja na área social, no desporto, no ensino ou na universidade, nas cooperativas, na comunicação social, as suas instituições sabem impor-se no panorama nacional e internacional, no sentido de elevar a cidade que deu nome a Portugal, com cerca de 240 mil habitantes e subdividida em sete freguesias cujo centro histórico é património mundial da UNESCO. Sede de muitas das mais importantes empresas nacionais, o Porto é decisivo para afirmar a capacidade competitiva e de inovação de Portugal.
O vinho do Porto, marca de uma forma única a expressão dessa ideia no contexto mundial.
Sabemos ser Porto, porque Porto.

