Beatriz Ângelo foi médica, republicana e a primeira mulher a votar em Portugal, dava também nome ao Hospital de Loures, PPP gerida pelo grupo Luz Saúde. Hoje o hospital passa a ter gestão pública. Muda-se o modelo de gestão, muda-se o nome, cai a homenagem e perde-se qualidade.
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O Hospital de Loures é um exemplo de um dos temas que mais têm marcado esta campanha eleitoral. Ao decorrer em plena pandemia, estas legislativas têm o Futuro da Saúde com papel principal no debate e nas linhas programáticas dos diferentes partidos.
O confronto entre uma visão puramente estatal da saúde e a de que os privados deverão ser considerados na solução tem separado partidos e hemisférios políticos.
Mas o debate tem ido mais longe, surfando a pandemia, a Esquerda argumenta que só com Saúde Pública se pode dar resposta à situação sanitária que vivemos. Beatriz Ângelo, o hospital, prova-nos o contrário.
As PPP funcionam, têm melhor serviço, menor custo, são mais eficazes e foram fulcrais no combate à pandemia. Esta é a verdade, por muito que por razões de cartilha eleitoral nos queiram fazer crer do contrário.
Não interessa aos portugueses, se o serviço é gerido por público ou privado. Interessa, sim, que tenha qualidade e que seja acessível a todos.
A pandemia trouxe constrangimentos graves à saúde, o rastreio de cancro diminuiu, as cirurgias foram canceladas, a medicina preventiva quase desapareceu. É preciso recuperar desta situação e só com toda a capacidade instalada, com todas as sinergias e com a melhor gestão o vamos conseguir. Público e privado terão de trabalhar juntos.
A Esquerda pode rasgar vestes, pôr máscaras de indignação e gritar que "a saúde não é um negócio". Mas refuto eu: a saúde é um direito e a ideologia não cura doenças.
Beatriz Ângelo conquistou em tribunal o seu direito a votar, vencendo o machismo e a injustiça. Nós, mulheres e homens de hoje, temos nas urnas de garantir melhor saúde, vencendo dogmas e o preconceito.
Engenheiro e autarca do PSD