Champanhe, passas e livros
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A época festiva é, tradicionalmente, um período de alegria, união e celebração da família e dos amigos. Para os estudantes do Ensino Superior, este momento traz consigo a iminência das avaliações. Entre os momentos de convívio familiar, as rabanadas e a troca de presentes, os estudantes veem-se confrontados com os livros, os trabalhos e as longas noites de estudo.
Contudo, a questão que se coloca é: será o calendário de avaliação equilibrado em todas as instituições da Academia do Porto? Certamente que não. Logo no segundo dia de 2024, a 2 de janeiro, há estudantes a realizar exames. E os estudantes deslocados que fazem centenas de quilómetros para estar com a família? Não será um desrespeito por estes estudantes?
Será razoável avaliar o trabalho de um semestre em apenas 15 dias? Claro que não! Na nossa Academia, é ainda comum ter três exames na mesma semana, o que é um claro incentivo à degradação dos resultados e à fraca consolidação dos conhecimentos. Será essa pressão exacerbada realmente necessária, numa academia onde 75% dos estudantes refere ter ocorrido um declínio significativo do seu bem-estar psicológico?
Por isso, é imperativo que a saúde mental não seja apenas discurso. Exigem-se ações concretas. Que as festividades tragam não apenas alegria, mas também equilíbrio e coerência. Metade dos estudantes consideram o apoio psicológico prestado pelas instituições insuficiente. Não queremos facilitismos, queremos um Ensino Superior exigente e adaptado aos novos tempos. Se o Ensino Superior não se adaptar falhará a sua missão para com o país.
Que 2024 seja o ano da inovação pedagógica. Bom ano e bons exames!