Consignação para os jovens
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O recente aumento da consignação do IRS de 0,5% para 1% representa um passo significativo no reforço do apoio às instituições solidárias, culturais, religiosas e ambientais. No entanto, a decisão do Governo de excluir as associações juvenis e de estudantes desta medida revela uma visão curta e pouco estratégica sobre a importância destas estruturas, que desempenham um papel essencial na formação cívica e académica dos jovens.
São espaços de desenvolvimento de competências, inclusão social e envolvimento democrático. São também estas entidades que, muitas vezes sem os apoios necessários, garantem o acesso dos estudantes a atividades culturais, desportivas e de representação, essenciais para a vida em sociedade. O Governo faz muito bem em abdicar de 40 milhões para reforçar o setor social, ambiental e cultural, mas falha ao ignorar que as associações juvenis e estudantis são parte fulcral deste ecossistema.
Deixá-las de fora vai no sentido inverso à valorização dos jovens, o que não é coerente com a prioridade política que este Governo tem dado aos jovens. Não se compreende a razão desta discriminação que mantém a consignação das associações juvenis e estudantis nos 0,5%, enquanto outras entidades beneficiam do aumento para 1%.
Os jovens e as suas associações merecem o mesmo nível de apoio. O Governo tem aqui oportunidade para corrigir este erro injustificável. Apoiar as associações juvenis e estudantis é um investimento no futuro do país. Negar este suporte limita o potencial dos jovens, dos estudantes e desperdiça a oportunidade de fortalecer o movimento estudantil.