Mais uma semana, mais um rocambolesco episódio no Governo português.
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Tem sido recorrente. Uma nomeação para um cargo europeu, uma carta com notas curriculares incorretas, uma ministra da Justiça a sacudir a água para os serviços, a demissão de um diretor-geral com um comunicado em que a ministra é desmentida e por fim a ordem para apagar o referido comunicado.
Confuso? Claro que sim... Pouco claro? Sem dúvida... A ministra Van Dunem foi demitida? Claro que não! Estranho? Infelizmente, já nem por isso...
Os casos deste Governo são tantos que se tornaram tão normais como a incompreensível permanência dos protagonistas no Governo.
Vejamos:
Um cidadão estrangeiro à guarda do Estado é brutalmente assassinado por inspetores do SEF e o ministro da tutela, Eduardo Cabrita, continua a ser ministro.
A TAP é forçada a uma reestruturação brutal com despedimentos em massa como nunca se viu, por culpa de uma nacionalização ideológica do ministro Pedro Nuno Santos, que continua a ser ministro.
Na saúde, com uma pandemia em mãos, temos uma ministra apoiada por uma Direção-Geral da Saúde, que têm ao longo do ano pérolas retóricas como: o vírus não chegará a Portugal; existirão vacinas da gripe para todos; a utilização de máscaras é desaconselhada. Um ministério que se prepara mal para segunda vaga da pandemia, lembrando a fábula da cigarra e da formiga, e uma luta permanente contra os privados. Mas, como sempre, a consequência foi obviamente continuar no Governo.
O Governo de Portugal é mau. Muitos ministros estão enfraquecidos e sem a necessária credibilidade para a ação política. Mas, inexplicavelmente o primeiro-ministro não toma uma atitude e mantém no seu Governo ministros que pouco mais são do que zombies políticos. Não é compreensível, porque não os demite? De que mais precisa o primeiro-ministro?
Engenheiro e autarca do PSD