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As eleições regionais nos Açores ditaram a perda da maioria absoluta do PS, que durava há longos 24 anos, e a perda das condições para a Esquerda criar Governo. A mudança e uma solução governativa liderada pelo PSD apareceu no horizonte. CDS e PPM leram a vontade dos açorianos e disseram presente. A Iniciativa Liberal apoia parlamentarmente e assim os dados foram lançados. Apesar da novela encetada por André Ventura, com avanços e recuos, ultimatos, chantagens e ameaças de demissão, tudo acabou numa simples lição: Pelos Açores falam os açorianos! Prevaleceu a vontade de mudar, acima de qualquer partido. "Antes morrer livres que em paz sujeitos", dizem as armas dos Açores. Os Açores demonstraram que não querem saber de populismos ou contas nacionais. Querem, isso sim, escolher um novo rumo. Sabemos todos que lidar com partidos populistas e extremistas é difícil. Porém trazê-los para o sistema e impor-lhes a moderação, sem nunca ceder no essencial, é a única forma de impedir que sejam incubadora de ideologias e propostas que, no mínimo, me repugnam. Foi o que fez José Manuel Bolieiro e o PSD Açores que lideraram todo o processo com humildade, serenidade e independência. Com foco total nos Açores e nos açorianos, o PSD demonstrou o grande partido que é, dialogou, honrou a sua história, respeitou as autonomias e nunca ponderou o imponderável. Não deixa de ser irónico ouvir António Costa falar de linhas vermelhas quando, em 2015, foi capaz de assinar acordos com partidos que não respeitam a União Europeia, a NATO e a livre iniciativa. Todos sabemos o quanto Portugal está sujeito ao anticiclone dos Açores. E os "meteorologistas" do Largo do Rato deram o alerta. O PS teme os ventos de mudança e adotou uma postura trapaceira, sendo hoje fonte de fake news e demagogia. Felizmente ganharam os Açores e os açorianos.
*Engenheiro e autarca do PSD