Derrube-se o muro burocrático
Nos últimos seis anos, o número de alunos estrangeiros no Ensino Superior mais do que duplicou. A atração destes estudantes é importante para o Ensino Superior português pois abre horizontes e contribui a sua internacionalização e diversidade.
Corpo do artigo
Para obter o visto, os estudantes internacionais têm de se matricular e pagar as propinas antecipadamente. Após a recolha de informação das instituições de ensino superior, a Direção-Geral do Ensino Superior envia a listagem para os consulados. No entanto, são múltiplos os problemas na concessão dos vistos. Disso resulta que há alunos com as propinas pagas, mas que não conseguem entrar em Portugal, perdendo muitas vezes o primeiro semestre de aulas. Este atraso tem efeitos perversos e negativos: compromete a experiência académica, prejudica financeiramente estes jovens (dado que muitos recorrem a empréstimos) e atrasa a vida destas pessoas que legitimamente esperam do Ensino Superior em Portugal a possibilidade de uma vida melhor.
Portugal quer atrair jovens mas falha-lhes redondamente. O fim inconsequente do SEF e a substituição pela AIMA agravaram o problema, com esta Agência afundada em mais de 400 mil processos de residência pendentes. Em contraste, países como a Alemanha conseguem processar vistos em algumas semanas, enquanto Portugal demora meses para fazer o mesmo.
Importa agir rapidamente para a necessária celeridade na atribuição de vistos a quem quer estudar, tratando-os com respeito e abandonando uma visão mercantilista de fonte de financiamento fácil.
* PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO ACADÉMICA DO PORTO