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A Venezuela é, hoje, um exemplo claro de cleptocracia, onde os seus vastos recursos energéticos são distribuídos pelos aliados do regime. No dia 28 de julho, o país realizou “eleições” presidenciais que, como sabemos, estiveram longe de ser democráticas. A ONU já expressou sérias críticas sobre a falta de transparência e integridade das eleições na Venezuela, afirmando que o Conselho Nacional Eleitoral do país falhou em cumprir as “regras básicas” ao anunciar a vitória de Nicolás Maduro.
Ao mesmo tempo, o CNE recusa-se a divulgar as atas das mesas de voto, e, desde o resultado das eleições, os protestos contra o regime opressivo de Maduro têm-se multiplicado. A resposta do Governo tem sido a repressão violenta por meio das forças de segurança e, como resultado, mais de duas dezenas de pessoas já perderam a vida e cerca de duas mil foram detidas.
Os jovens venezuelanos não desistem e estão na linha da frente da resistência ao regime, 117 adolescentes foram detidos na sequência dos protestos. Na Venezuela, a democracia é uma miragem, contudo, por cá, em Portugal, o PCP aplaude o autocrata Maduro e as chamadas “forças progressistas” vencedoras, que, ironicamente, conduziram à pobreza 51% dos venezuelanos.
Como jovem português, envergonha-me ver um partido do meu país apoiar um líder opressor e antidemocrático. Numa altura em que a extrema-direita ganha força em Portugal, o PCP faz questão de lembrar aos portugueses que os extremos se tocam. Não existem ditadores bons e maus, um ditador é sempre um opressor da dignidade humana. Seja ele de esquerda ou de direita.