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Os jovens “precisam de dominar as redes sociais e não deixar que as redes sociais os dominem”. Esta é a frase a reter do alerta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou esta quarta-feira sobre o vício do uso de redes sociais por parte dos mais novos.
E como o conseguem fazer? As autoridades de cada país devem melhorar os ambientes digitais e as medidas educativas para permitir que os jovens entrem no mundo digital com toda a segurança, recomenda a OMS.
No entanto, a discussão que corre, em Portugal como em outros países, é sobre como e quando retirar os telemóveis aos estudantes em tempo de aulas. A Austrália é mais radical e quer fixar uma idade mínima para utilização das redes sociais, porque, segundo o primeiro-ministro, Anthony Albanese, estas plataformas são um “flagelo”.
Na verdade, o debate político sobre este tema é vago ou inexistente. Só com esforço se consegue encontrar uma ou outra reflexão nos programas dos partidos. A estes tem sido mais importante capitalizar o voto dos jovens através do TikTok ou do Instagram. O que os obrigou a correr atrás do prejuízo e a munirem-se de profissionais ou de empresas de assessoria para obterem mais alcance nas redes sociais.
Claramente, não há qualquer estratégia política para medidas educativas centradas no problema. E nas escolas o tema também não tem a relevância devida nem profissionais com formação adequada para o efeito.
Perante a pressão social e mediática, são as próprias empresas que tentam minimizar o grave problema que a OMS publicita. Mas, mesmo nesta tentativa para dar a entender que estão preocupadas, a desresponsabilização é notória. Veja-se o exemplo do Instagram que, ao criar agora as “contas adolescentes”, responsabiliza os pais pelo que os filhos andam a ver ou a fazer.