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Numa época extraordinariamente exigente (52 jogos) o Vitória caiu, em Alvalade, sem sombra do futebol bonito e competitivo que, ao longo da época, foi dando mostras. Perante o clube que se sagraria campeão, o Vitória não conseguiu, com muito mérito do Sporting, organizar o jogo e mostrar futebol, perdendo, de forma justa, o encontro. É o que é.
O Vitória é dos poucos clubes portugueses que, pela história, pela entrega, pelos incondicionais adeptos, consegue disfarçar (muitas vezes) a vergonhosa desproporção de meios e de influência que existe entre os três clubes do costume e os outros. Evitei, naturalmente, durante estes dias, participar como espectador na teologia leonina, ou na teologia encarnada, que os órgãos de comunicação social montaram, como sempre o fazem. A teologia é antiga e eficaz. Só dessa forma se explica a pobreza de espectadores do campeonato nacional, a falta de ligação que existe entre os habitantes de uma determinada cidade e o clube. Muitos dos estádios só têm espectadores quando algum dos três clubes do costume lá vai, e enche com “adeptos” da própria terra onde o encontro se realiza, travestidos de habitantes de Lisboa ou do Porto. Uma particularidade nacional.
A campanha excecional na Liga Conferência deixou marcas. A saída de pedras-base do plantel também. A recuperação do quinto lugar foi excecional e a perda dececionante. Não o merecíamos. A única coisa que se renova em nós é a esperança. A pertença é imutável. Venha o próximo campeonato e o sonho de, juntos, conseguirmos mais do que o possível.
*Adepto do Vitória