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O ano que agora começa ficará inevitavelmente marcado pelas eleições autárquicas, a aproximação das eleições presidenciais e pela instabilidade política de uma Assembleia da República dividida que não pode ser dissolvida a partir do segundo semestre.
As eleições autárquicas prometem ser particularmente disputadas, no Porto com a saída de Rui Moreira e em Lisboa, recém-conquistada por Carlos Moedas. No que diz respeito às eleições presidenciais, os protocandidatos já se perfilam, levantando a questão sobre quais competências e qualidades são essenciais para ocupar o cargo mais alto da nação, indo muito além da gestão operacional.
Com um ato eleitoral e outro logo no início de 2026, este ano ficará possivelmente marcado pela instabilidade política e por uma governação de curto prazo. Infelizmente, tudo indica que continuaremos a ignorar os problemas estruturais do país, num pêndulo legislativo onde ora se criam, ora se revogam leis, sem coragem política para acordos de fundo em áreas cruciais como a habitação, o emprego e a fiscalidade.
Há 20 anos que Portugal enfrenta um crescimento económico estagnado, agravado pela crise da habitação e pela saída em massa de jovens qualificados, perpetuando um ciclo vicioso de empobrecimento. O Ensino Superior deve ser colocado no centro das políticas de desenvolvimento, como motor de inovação, crescimento económico e transformação social. O cerne da questão está em qual é o objetivo da política: ganhar a próxima eleição ou melhorar a vida da próxima geração.
Eu mantenho a esperança. Que 2025 seja o ano em que escolhemos o caminho certo.