Estamos a aproximar-nos do final de 2021. Um ano que fica assinalado como de referência na nossa história coletiva e cheio de dúvidas sobre o nosso futuro.
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Desde logo pelo contínuo impacto, no quotidiano das nossas vidas, motivado pela pandemia e uma consequente ausência de gestão da comunicação que o Governo realizou. Desde o sucesso da campanha da vacinação até ao surgimento de uma nova variante, a ómicron, o Governo geriu politicamente a crise pandémica mantendo sempre ruído na comunicação. Exemplos são vários quando nos deu sinais errados com o final da task force, na vacinação das crianças ou no reforço da vacina. Ora tudo podia ter sido diferente se não existisse essa gestão política da pandemia. O tempo vai dizer quem tinha razão agora que se aproximam eleições legislativas.
Como consequência do processo de vacinação o país ficou a conhecer o regresso dos militares à política com uma determinação que não se conhecia desde do fim do tempo do PREC. Sabemos como numa democracia consolidada como a norte-americana os militares surgem como políticos. Não estávamos, em Portugal, muito habituados a isso com a honrosa e aceite exceção dos militares de Abril.
Aconteceu, agora, com a substituição do CEMA onde quem sai explica porque sai sem querer e, quem entra dá uma entrevista a explicar porque se afirma como um elemento do centro cívico e com vontade de fazer coisas pelo seu país.
O ano de 2021 mostrou ainda um político, como o líder do PSD, pode ser resiliente e fazer política sem ceder nos compromissos e nas suas convicções. O líder do PSD tem agora 30 dias para convencer o país que pode fazer mais e melhor sem ser o messias das promessas não cumpridas.
Terminamos o ano com alguma inquietação na política internacional. A Europa à procura do seu papel geopolítico agora que a Senhora Merkel saiu de cena. Os Estados Unidos e o presidente Joe Biden na expectativa do que a Rússia (Ucrânia) e a China (Taiwan) irão fazer.?
Quer no plano nacional quer no plano internacional vão ser muitas as novidades que o ano de 2022 nos pode trazer. Curiosamente durante o mês de janeiro ficaremos com uma ideia como poderá ser o seu desenvolvimento.
Em Portugal, porque teremos eleições legislativas e um novo quadro parlamentar de suporte ao novo Governo.
No plano internacional, porque vamos saber como vai evoluir a pandemia da covid-19 e quais as iniciativas promovidas pela Rússia e pela China.
Até lá, resta continuar a viver a quadra das festas e desejar um bom ano porque, afinal de contas, bem o merecemos todos.
*Professor universitário de Ciência Política