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O Norte orgulha-se, responsavelmente, de ser classificado como a “região industrial e exportadora do país” e, segundo as palavras do primeiro-ministro, António Costa, no evento Estratégia Norte 2030 - Instrumentos de Financiamento, que na semana passada decorreu em Santa Maria da Feira, “…o sucesso da economia depende da economia do Norte”.
Neste contexto, é natural que a estratégia Norte 2030 aposte fortemente no trinómio 3i - indústria, inovação e internacionalização. Indústria que é um fator diferenciador da região, pela sua massa crítica, pelas unidades de referência que tem em vários domínios, desde a farmacêutica ao automóvel e do têxtil aos componentes para dispositivos aeroespaciais. Indústria que, ao produzir bens transacionáveis, é essencial para a geração de riqueza regional e nacional. Indústria que, conjuntamente com os setores agroalimentar e florestal e dos serviços, incluindo o turismo, é basal para um tecido económico resiliente.
A inovação que é fundamental para assegurar a competitividade dessa indústria, diferenciado positivamente os seus produtos face a concorrentes da Europa e de outros continentes. Inovação que é possível no Norte, pela qualidade e nível de formação dos seus recursos humanos e pelas boas práticas já existentes, nomeadamente na interação com centros de conhecimento que são referência internacional.
A internacionalização é inerente ao desígnio exportador dessa indústria, quer pela dimensão dos mercados, quer pelo quadro competitivo a que obriga e que alimenta um círculo virtuoso de melhoria, nomeadamente pela referida inovação.
Este caminho passa também, obrigatoriamente, pelo crescimento nas cadeias de valor pertinentes, em que os agentes da região devem estar organizados. O nosso tecido económico-produtivo precisa de ultrapassar o karma do minifúndio, não só na agricultura, mas também na indústria. A articulação, sob diferentes formas de consórcios, para uma abordagem mais robusta nessas cadeias de valor, afigura-se como essencial para o Norte e, consequentemente, para economia de Portugal.
Por tudo isto, a Estratégia Norte 2030 confere incontornável centralidade à inovação. Por tudo, isto o Programa Regional Norte 2030 e a CCDR-Norte, IP, apostarão no reforço e na consolidação do Sistema Regional da Inovação, que deverá promover políticas de inovação territorializadas, seguindo as melhores práticas das regiões europeias com perfis industrial e económico comparáveis ao do Norte.
*Presidente da CCDR-N