Nas últimas semanas, temos assistido a um ziguezaguear político-partidário entre o Governo e a oposição, tendo como epicentro o Orçamento do Estado. Depois de uma pandemia, de uma crise inflacionista e com uma guerra na Europa em curso, a última coisa que Portugal precisa é de mais instabilidade política.
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Contudo, a estabilidade não pode ser conseguida a todo custo. Este orçamento deve ser equilibrado e com os olhos postos no futuro, que valorize a educação e responda eficazmente às necessidades dos jovens. O país tem muito por fazer, mas a realidade é dura, os recursos são escassos e o equilíbrio das contas públicas é primordial para o país, especialmente para as gerações mais jovens. Não queremos conquistar hoje para pagar amanhã, como aconteceu em 2009.
O Orçamento do Estado é, acima de tudo, um documento que estabelece um conjunto de prioridades políticas. Este não pode ser um orçamento de retrocessos, aumentar as propinas seria um péssimo sinal para o país. Por outro lado, a aprovação do documento não pode ser feita à custa dos mais novos. O IRS Jovem não deve ser encarado como uma política social, mas antes como uma política essencial. Precisamos de reter o que de melhor temos em Portugal, e a única forma de o fazer é aumentar o salário líquido dos jovens portugueses, nomeadamente dos mais qualificados.
Embora não resolva todos os problemas, é um passo decisivo para estancar a fuga de capital humano e garantir o crescimento do país. Não nos esqueçamos: Portugal investe milhões na formação dos jovens que, neste momento, é aproveitado por outros países.