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Os grandes investimentos anunciados para a Região de Lisboa (novo aeroporto, nova ponte e comboio de alta velocidade) obrigaram o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, a reagir e a exigir do Governo uma reciprocidade de tratamento na Região Norte, em nome da coesão territorial.
Luís Pedro Martins diz uma coisa óbvia mas que poucos verbalizaram: há desperdício de dinheiro público nos investimentos no Aeroporto Humberto Delgado, dado que o novo Aeroporto Luís de Camões tem luz verde para avançar.
O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal defende que o dinheiro público previsto gastar no ainda Aeroporto de Lisboa seja todo canalizado para a melhoria e ampliação do Aeroporto Francisco Sá Carneiro na região do Porto.
O forte investimento na Região de Lisboa deve ter como contrapartida mais investimento na Região Norte. Exemplos: a eletrificação da Linha do Douro, a ligação do Pocinho a Barca de Alva, a construção do TGV Porto-Madrid.
Deveria existir um forte pacote de ajudas financeiras para desenvolver, no prazo temporal de uma legislatura, o Douro e irrigar Trás-os-Montes, criar um cluster de investigação e empreendedorismo de última geração, nível internacional, ligado ao Ensino Superior em Bragança e Vila Real.
A região do Alto Tâmega justifica o investimento público do Estado português num equipamento museológico e de congressos, de grande envergadura, da autoria de um grande arquiteto de renome internacional, que faça a ponte da cultura com o capital natural, água, biodiversidade, etc.
A Fundação Casa de Mateus, pelo trabalho de alta qualidade que desenvolve na cultura, artes, biodiversidade, solos, sustentabilidade, etc., sendo um polo inovador e único na região interior de Portugal, deve receber apoios do Estado e outros, equivalentes aos que recebem as grandes fundações de Lisboa e Porto.
A Região Norte merece que o Governo de Portugal faça uma negociação com o BEI para uma linha de crédito a 25 anos, a ser tramitada pela banca comercial para que quem seja proprietário há cinco anos possa comprar terrenos rústicos, agrícolas ou florestais confinantes, usando este financiamento. Esta seria a maior revolução agrícola no Norte, porque iria aumentar a superfície de parcela e de exploração, numa região onde é muito elevado o capital natural, solo, água e biodiversidade, tendo como consequências o forte incremento da criação de riqueza, emprego e exportações, através do agroalimentar.