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O Vitória jogou num estádio com um nome informal bestial: Choupana, palavra que designa um casebre de madeira e palha. Na verdade, o local de jogos é conhecido, formalmente, por Estádio da Madeira, pois o Governo Regional gastou lá €23 milhões. Outro nome fantástico, também informal, é o do Estoril: Amoreira, devido à ribeira com esse nome que passava no local, não sei se ainda passará. Na Choupana, o Vitória não esteve tão bem quanto o seu costume. A ditadura do meio-campo, que subjuga e diminui muitos dos nossos adversários, não funcionou. Ou melhor, funcionou a espaços, valendo o acerto ofensivo para trazer os três pontos da bonita ilha. Numa época intensa e desgastante, o acesso às competições europeias está a uma vitória de acontecer. Mas é preciso que aconteça.
Um pouco mais tarde passei os olhos, com fastio, diga-se, pelo final do jogo da Amoreira. Vi o treinador do Benfica protestar com o árbitro de forma ostensiva e dramática, sem que nada lhe acontecesse. Ouvi, também, alguns comentadores comentando o seu embevecimento pelo grande Benfica. Não deveria estranhar, mas ainda estranho. O grande Benfica entrou em campo com dois portugueses e mais nenhum entrou. O Vitória baixou a sua média e entrou apenas com oito portugueses. Isto apesar da imprensa insistir em adjetivar de cabo-verdianos o Telmo Arcanjo e o Varela. Ambos nascidos em Lisboa, com o Varela a representar por inúmeras vezes a seleção portuguesa, mas optando por terem dupla nacionalidade. Ainda assistiremos a chamarem portugueses ao Pavlidis e ao Schjelderup e austríaco ao Tomás Händel, apesar de ele ter nascido em Guimarães.
*Adepto do Vitória