Negacionismo: o inimigo da humanidade
Hoje assinala-se o Dia Internacional da Educação, uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da educação, da verdade e da evidência científica no mundo atual.
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Nos primeiros dias da presidência de Trump, assistimos a ataques preocupantes à ciência. A decisão de retirar os EUA da Organização Mundial da Saúde e do Acordo de Paris representa um significativo retrocesso, fragilizando os esforços globais em áreas fundamentais.
A saída da OMS compromete a cooperação internacional e a capacidade de dar uma resposta coordenada a crises de saúde, como futuras pandemias, colocando em risco a vida de milhões de pessoas. Esta decisão é particularmente alarmante quando recordamos que o ex-presidente sugeriu “injetar desinfetante no corpo” como solução para a covid-19. Não surpreende, portanto, que tenha nomeado para secretário da Saúde Robert Kennedy um conhecido defensor da tese infundada de que as vacinas — uma das maiores conquistas da saúde pública — provocam autismo nas crianças.
Por outro lado, o abandono do Acordo de Paris demonstra um preocupante negacionismo climático e compromete os esforços conjuntos para mitigar as alterações climáticas, cujas consequências são cada vez mais graves e evidentes. O caminho não pode continuar a ser o do “drill, baby, drill”. As alterações climáticas já estão a ter efeitos devastadores, como as recentes cheias em Espanha, que ceifaram a vida a mais de 200 pessoas.
Neste Dia Internacional da Educação, devemos reafirmar o nosso compromisso com a ciência e a cooperação global. Estes são os pilares essenciais para garantir um futuro mais justo, saudável e sustentável para todos.
* Presidente da Federação Académica do Porto