Está na ordem do dia a revisão dos currículos escolares, especialmente pela controvérsia em torno da fundamental disciplina de Cidadania.
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A Educação é uma pedra basilar na construção de um país melhor. O acesso e a democratização da educação foram determinantes na definição do país que somos: mais instruído, mais livre no pensamento e onde existem mais oportunidades. No entanto, o mundo pula e avança e, como tal, são necessários ajustes e correções para que a melhoria seja contínua. E foquemo-nos, então, na Cidadania: é fundamental a escola preparar cidadãos.
Os Portugueses têm a segunda pior literacia financeira da Europa. Em Portugal, 61% dos portugueses apresentam um nível inadequado ou problemático de literacia em saúde. A literacia política, da participação do cidadão na vida da polis, é praticamente inexistente na escola. Quantos jovens sabem o que são os impostos e para que servem? O que significa votar e para que serve? Como funciona o sistema político de eleições verdadeiramente livres que Abril instaurou? Muito poucos.
A educação para a Cidadania é muitas vezes menorizada, servindo o seu tempo para trabalho administrativo dos diretores de turma com os alunos. Talvez seja até mais importante preparar alunos para serem cidadãos livres e independentes do que ensinar o Teorema de Pitágoras. A verdade é que deve existir espaço e tempo para ambos. A aposta na literacia em saúde, financeira e política deve ser um desígnio do nosso sistema educativo. Se a escola esquecer a Cidadania está a esquecer a Democracia.