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A qualificação da população é crucial para o desenvolvimento do país. As economias com uma população mais qualificada são economias mais competitivas e com maior capacidade produtiva. O investimento no Ensino Superior e ciência cria externalidades positivas, sendo, por isso, decisivo para o futuro de Portugal.
Contudo, o Ensino Superior está a ser ignorado, sem razão aparente, pelos jornalistas e candidatos nos debates e, parcialmente, esquecido nos programas eleitorais. Os principais partidos políticos dedicam pouco mais de meia dúzia de páginas ao Ensino Superior nos programas que irão ser sufragados. Escasseiam propostas concretas e sobressaem generalidades e boas intenções, onde verbos como “estimular” e “encorajar” são dominantes.
Naturalmente, todos os partidos políticos identificam o problema do alojamento como entrave ao ingresso no Ensino Superior, mas nenhum explica, efetivamente, como o pretende resolver. Se o PNAES construiu apenas 3% das camas prometidas em 2018, como é que vai ser cumprido até 2026? E como é que vamos apoiar a classe média até lá? Na FAP temos propostas concretas. Sugerimos estabelecer uma linha de financiamento para antecipação parcial de reembolsos a entidades promotoras que não possuam capacidade orçamental para executar os investimentos aprovados.
Além disso, a FAP propõe a implementação de um Programa de Apoio ao Alojamento para estudantes deslocados inseridos em agregados familiares, com rendimentos per capita até 28 IAS, proporcionando um apoio financeiro equivalente a 50% do valor da renda.
É preciso debater, investir e fortalecer o Ensino Superior, um setor há muito ignorado.