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O Vitória, a equipa mais portuguesa de Portugal, ganhou muito bem no Dragão, com uma exibição segura e, a maior parte do tempo, inteligente. Conseguiu manietar o adversário e dispôs da melhor oportunidade não concretizada de golo, num trabalho excecional de Kaio, a que Diogo Costa respondeu de forma soberba. Seria o 3-0.
A excelente exibição do Vitória ficará, seguramente, obliterada na rede dos queixumes alheios, não é de espantar. Sempre foi assim e continuará a ser assim num país futebolístico cuja exclusividade dos seus campeões não tem paralelo em mais lado nenhum do mundo. Nem na Albânia!
Contudo, fico com a sensação que poderíamos ter feito ainda melhor. Perante uma equipa adversária mais preocupada em pressionar e ludibriar a arbitragem do quem em jogar à bola, o meio campo portista foi, especialmente no segundo tempo, um convite ao golpe de misericórdia. Faltou-nos alguma calma e critério, faltou um Kaio que ainda aguentaria, digo eu, mais dez minutos em campo. No entanto, a nossa equipa teve uma dedicação extrema, aproximando-se, cada vez mais, do nosso coração de adepto, pela resiliência que demonstrou. A nossa ligação ao clube está na pertença e não no resultado, e esta é das equipas do Vitória que, através da pertença, vai conquistando resultados. As declarações emotivas, do fundo da alma, de Jota Silva, no final do jogo, confirmam esta minha perceção.
Mas nem tudo foi bom. Perdi o filme “Os Excluídos”, de Alexander Payne, no Cineclube de Guimarães. Queria tanto ver o filme! Vi outro filme, com um bom final. O que nos incluirá numa luta que, sem a sonhar, não regatearemos.
*Adepto do V. Guimarães