Pagar melhor, exigir mais!
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Nos últimos dias, o debate sobre a reposição dos cortes salariais dos políticos em Portugal durante o período da Troika voltou a ganhar destaque.
Embora esta possa não ser uma opinião popular, acredito firmemente que os políticos portugueses devem ganhar melhor! Esta não é uma questão de privilégio, mas de pragmatismo.
Se queremos atrair os melhores profissionais, precisamos de oferecer condições adequadas à responsabilidade dos cargos. E se há área onde deveríamos querer os melhores, é na gestão do nosso país. Atualmente, os salários dos políticos estão muito aquém de serem atrativos para profissionais altamente qualificados. Um CEO de uma empresa do PSI, por exemplo, ganha, em média, 12 vezes mais do que um ministro. Até mesmo o presidente da Caixa Geral de Depósitos, nomeado pelo ministro das Finanças, recebe quatro vezes mais.
A política não deveria ser encarada como uma profissão, mas como uma missão. No entanto, a dedicação à causa pública não pode ser um sacrifício desproporcional. Poucos estão dispostos a comprometer a qualidade de vida das suas famílias para servir o país, por mais nobre que seja a intenção.
Sem condições remuneratórias adequadas, deixamos o país entregue àqueles que dependem da política para a sua sobrevivência profissional. É, por isso, essencial deixarmos de lado o populismo e criar um ambiente que possa atrair os melhores.
O destino de Portugal não pode estar nas mãos de quem precisa da política, mas de quem tem a competência e o propósito de governar. Ao valorizarmos os nossos líderes políticos, estamos, na verdade, a valorizar o futuro do país.