Pela igualdade também na sociedade
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Hoje celebramos o Dia do Orgulho LGBTQIA+, uma data que nos lembra que a luta pela igualdade e pelo fim da discriminação deve ser feita todos os dias, ininterruptamente. Durante muitos séculos, milhões de pessoas foram perseguidas, torturadas e mortas com base na sua orientação sexual.
Em 40 anos, Portugal passou de um país onde a homosexualidade era criminalizada a um dos países da Europa que mais protege os direitos das minorias sexuais. Atualmente, somos o 10º país europeu a proporcionar maior proteção em termos legislativos, tendo aprovado medidas como a adoção de crianças por casais do mesmo sexo e a criminalização das terapias de conversão sexual.
Apesar dos avanços legislativos, a discriminação com base na orientação sexual ainda persiste no seio da sociedade. Segundo um estudo publicado recentemente, três em cada quatro jovens portugueses da comunidade LGBTQIA+ foram vítimas de bullying na escola. A escola não pode ser lugar de discriminação, ódio ou preconceito.
Enquanto alguns autointitulados defensores da família se concentram em criticar as aulas de Cidadania, o que realmente me preocupa é o facto de milhares de jovens ainda serem alvos de preconceito e ódio num lugar que deveria ser de segurança e sonho: a escola.
É fundamental não ignorarmos o problema e não desistirmos de combater o preconceito ultraconservador que ainda subsiste na sociedade portuguesa. Porque esta não é uma causa da esquerda ou da direita, é uma causa humanista que transcende ideologias políticas.
* Presidente da Federação Académica do Porto