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Em momentos de franca desilusão, como a que decorreu do resultado do nosso jogo, há que apelar à relatividade das coisas. Foi um jogo, não mais do que isso. Somos Vitória sempre, aconteça o que acontecer. O resultado obrigar-nos-á a lutar, ainda com mais capacidade e afinco, pela vitória, em Alvalade. Seria importante e justo que acedêssemos à Liga Conferência, mas a derrota colocou-nos numa situação mais complicada.
Não estivemos bem, é certo, mas a arbitragem do jogo não tem justificação possível. Estou habituado há muito tempo à incompetência da arbitragem portuguesa. Mas aquilo a que assisti no último jogo não pode ser só incompetência. Quando o árbitro julga, sistematicamente, o mesmo tipo de lances de forma diferente, a incompetência não colhe. A forma delirante e decidida de como o árbitro marca um penálti contra nós, ou como nem sequer vai ver a falta que precede o segundo golo da equipa algarvia é mau de mais para ser verdade.
Qualquer racionalização sobre o que levou o árbitro a transformar o jogo, importante para as duas equipas, num festim de más decisões que prejudicaram o Vitória, não me leva a nenhuma conclusão satisfatória. Não consigo sequer elaborar uma teoria da conspiração minimamente aceitável.
Só se este árbitro detestar o Vitória da mesma forma militante que eu detesto pepino. Eu evito o pepino. Ele não nos evitou e deveria. O prejuízo poderá ser, desportiva e financeiramente, demasiado pesado para um clube com história, adeptos e pergaminhos, que tão bem, este ano, e noutros, representou Portugal. Será esse o nosso “crime”?