Na semana passada, um deputado do Chega proferiu uma declaração vergonhosa na qual questionava se “somos um país de alunos com deficiência ou de alunos normais”.
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Esta retórica revela uma insensibilidade chocante e um profundo desrespeito para com os estudantes com necessidades educativas específicas, as suas famílias e os profissionais que os acompanham diariamente.
É inaceitável que deputados eleitos perpetuem visões discriminatórias e coloquem em causa os princípios basilares de uma sociedade inclusiva e respeitadora da diversidade. Cabe ao Estado garantir os recursos humanos e financeiros adequados para assegurar uma educação de qualidade para todos, sem exceção. Afirmações deste calibre desvalorizam o trabalho incansável dos professores especializados e ignoram os desafios que as escolas enfrentam na promoção da inclusão.
Enquanto sociedade, temos de reafirmar um compromisso inabalável com a defesa de uma educação inclusiva e garantir que todos os estudantes tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento. No Ensino Superior é urgente uniformizar e garantir os direitos dos estudantes com necessidades educativas específicas, seja qual for a instituição que frequentem. Não podemos abandonar estes jovens no final do ensino obrigatório.
Discursos discriminatórios e inimigos do humanismo não podem ganhar espaço no debate público. A construção de uma sociedade mais justa e equitativa depende do empenho coletivo em valorizar e respeitar cada indivíduo, independentemente das suas características ou capacidades. A educação especial não é um privilégio. É um direito fundamental.